Atores estratégicos de diversas instituições, comunidade acadêmica, sociedade civil e governo participaram ontem (04), do 1º Painel Estratégico do projeto “Curitiba 2035”. O encontro teve como objetivo definir as áreas temáticas prioritárias para o desenvolvimento urbano da cidade nos próximos 20 anos.
O Curitiba 2035 pauta-se pela mobilização e engajamento da sociedade na construção dessas diretrizes que serão trabalhadas a longo prazo. A realização é fruto de uma parceria entre a Comunitas, o Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Sistema Fiep), o Instituto Arapyaú e a Prefeitura Municipal de Curitiba.
Regina Célia Esteves de Siqueira, diretora-presidente da Comunitas, abriu o painel contando sobre o papel do Juntos no projeto. “O programa tem se dedicado à melhoria da gestão pública municipal, pois sabemos que os resultados refletem diretamente na vida dos cidadãos. Dessa forma, conseguimos unir diversos setores da sociedade em prol de uma agenda comum que será criada em parceria com a sociedade”.
Representando a prefeitura de Curitiba, o secretário de planejamento e administração, Fábio Scatolin, disse ter orgulho de participar de uma iniciativa que irá transcender a gestão atual. “Esse é um trabalho coletivo para pensar o futuro de nossa cidade e a prefeitura é somente um desses atores que está pensando em Curitiba para daqui a 20 anos”.
O ponto de partida do projeto é o estudo prospectivo Curitiba 2030 e considera as evoluções dos últimos 5 anos para dar continuidade àquilo que já foi planejado. Ele prossegue na busca do crescimento ordenado e em sinergia com os princípios de sustentabilidade, para aproveitar de forma consciente as oportunidades e os investimentos, priorizando a qualidade de vida e o bem-estar da população.
Hélio Bampi, vice-presidente da FIEP, lembrou da importância dessa iniciativa. “A gente quer pensar lá na frente, na sustentabilidade e na perenização das melhores práticas”. Alexandre Schneider, do Instituto Arapyaú, contou sobre a importância desse trabalho estar sendo feito em Curitiba: “Essa cidade foi a primeira que colocou todas as crianças com a idade correta na pré-escola e triplicou o número de áreas verdes. A ideia do projeto é sempre pensar na cidade, não apenas nas empresas, nas indústrias e no Governo, mas na união de todos eles para trabalhar coletivamente”.
O projeto
Iniciado em maio de 2016, o projeto terá duração de dois anos, sendo o primeiro ano dedicado à construção do “Curitiba 2035”. No segundo ano, os esforços estarão concentrados na implementação e consolidação da governança.
Dentre as principais etapas incluem: atividades de mobilização de especialistas e cidadãos a fim de comprometê-los com o futuro da cidade; elaboração de um Roadmap para a cidade no horizonte de 2035, por meio de um processo participativo de proposição de objetivos e ações em curto, médio e longo prazo; e criação de governança para a concretização dos planos previstos no Curitiba 2035, dentre outros.
Áreas temáticas
Dentre os temas apresentados para discussão, o grupo definiu que as áreas de transporte e mobilidade, saúde e bem-estar, planejamento e gestão urbana, desenvolvimento econômico, cidade do conhecimento, segurança, meio ambiente e biodiversidade, governança e trabalho são assuntos primordiais para o futuro de Curitiba.
Segundo Rodrigo Rosalem, da Fecomércio, um dos participantes do grupo de atores estratégicos formado pelo projeto, essa análise permite uma conclusão bastante relevante. “Dos nove pontos principais, temos cinco que ainda são necessidades básicas para a população. Isso mostra porque existe a frustração de alguns itens não apareceram na lista de prioridades. Se partirmos do pressuposto que daqui a 20 anos os próximos governos conseguirem melhorar a condição da necessidade básica da população, poderemos então pensar em algo mais evoluído e sofisticado”.
Temas como cidade em rede, cidade criativa, água, ecossistema de inovação, energia, turismo e lazer, habitação e coexistência não entraram como prioridade desta vez. No entanto, o grupo decidiu se reunir mais uma vez para uma definição final das diretrizes futuras.
Diva Vieira, do Sesi, citou que é preciso recuperar o tempo perdido, mas também investir em mudanças. “Se também adotarmos a inovação, poderemos recuperar o que perdemos e avançar rapidamente de forma criativa”.
Futuro
Após diversas análises, o grupo decidiu que se reunirá mais uma vez para definições finais das prioridades. Após isso, serão iniciados os painéis temáticos, formados por especialistas nas áreas-chave definidas para o desenvolvimento da cidade.
Cada Painel de Especialistas conta com um número aproximado de 40 participantes e tem duração de 8 horas. Normalmente, esses profissionais são oriundos da indústria, comércio, serviços, Prefeitura, instituições de ensino e pesquisa e representantes da sociedade civil organizada que, em conjunto, constroem visões de futuro e definem ações para cada área de interesse em curto, médio e longo prazo.