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Investimento social do setor privado cresce 20%

O setor privado brasileiro investiu R$ 3,88 bilhões em projetos ligados à área social em 2014, um crescimento de 20% sobre 2012. Os dados estão em levantamento realizado em parceria pela Comunitas e pelo Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife), ambos dedicados a medir e estimular a participação privada no desenvolvimento social.

O estudo, coordenado pela pesquisadora Anna Maria Medeiros Peliano, do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (Bisc), analisa os balanços financeiros de 320 empresas. De acordo com a diretora-presidente da Comunitas, Regina Célia Esteves de Siqueira, reforça duas tendências positivas: os aportes sociais crescem em ritmo bem mais forte que o da economia – que cresceu só 0,1% em 2014 -, e os projetos estão mais alinhados ao negócio das empresas.

É a segunda vez que as entidades atuam em parceria e unem os dados de duas pesquisas: o último Censo Gife e a oitava edição do Bisc, ambas divulgadas em 2015.

No trabalho, as organizações consolidam as pesquisas – uma focada em instituições e fundações, e a outra que analisa também empresas – adotando metodologia que evita casos de duplicidade.

A pesquisa mostra que 67% das empresas informaram ter mais da metade de seus recursos sociais alinhados à sua área de negócio em 2014, ante 50% em 2013. Segundo Regina, a tendência é importante porque contribui para que o gasto social não seja cortado em tempos de crise. Quando uma empresa de tecnologia usa sua expertise tecnológica na área social, por exemplo, ela também se beneficia, ao fortalecer a marca. “É uma tendência”, diz Regina. “Na crise, isso é positivo porque talvez vá nos ajudar a não ter impacto mais relevante do que o cenário econômico indicaria.”

A cada dois anos, o Censo Gife mede o quanto se aplica de recursos privados em ações de finalidade pública. A pesquisa Benchmarking do Investimento Social Corporativo, realizada pela própria entidade desde 2008, analisa também dados de empresas. Grande parte dos aportes na área social, diz a diretora, é feita diretamente pelas empresas. “Há hoje várias condicionantes, em processos de concessão de empréstimo do BNDES, por exemplo, que obrigam a empresa a investir em ações sociais”, afirma.

Regina destaca que é preciso aumentar a integração das ações privadas na área social para que o investimento ganhe mais eficiência e impacto. “Se não houver grandes esforços fica um monte de gente fazendo projetos pequenos”, diz.

Matéria publicada originalmente no jornal O Valor Econômico desta quarta-feira, 13 de julho de 2016.

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