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O impacto do investimento social na saúde pública durante a pandemia

O ano de 2020 vai ficar marcado pelas reviravoltas ocorridas no planeta em decorrência da pandemia de COVID-19. O Brasil está entre os países mais seriamente atingidos e, entre os inúmeros impactos dessa catástrofe, está, principalmente, as perdas de milhares de vidas humanas.

Mas por outro lado, 2020 também foi o ano que fortaleceu a atuação entre os setores em prol de um bem comum: a saúde. O suporte do setor privado revelou-se fundamental, e empresários movidos por diferentes razões, como, por exemplo, sentimentos humanitários, tradição filantrópica familiar, compromissos corporativos com a responsabilidade social, pressões da sociedade, etc., se engajaram nesse processo.

À exemplo das organizações que integram a Rede BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo). Todas as empresas do grupo desenvolveram atividades de cunho social para colaborar no combate à COVID-19 e proteger as comunidades mais vulneráveis dos efeitos da pandemia. Nessa frente de atuação elas investiram, até meados de julho de 2020, recursos da ordem de R$ 2 bilhões, o que representou mais de um terço do total investido nessa área pelo setor privado no país no mesmo período, segundo informações extraídas no Monitor de Doações da ABCR.

Investimento na saúde

Dados apresentados pelo relatório BISC 2020, que analisa os investimentos sociais referentes à 2019, revelam ainda que áreas que não constavam nas prioridades de atuação do grupo, foram aquelas que receberam o maior volume de recursos durante a pandemia. Mais da metade (53%) das empresas direcionou recursos às atividades de saúde.

Entre as iniciativas que as empresas fizeram para colaborar na prevenção e/ou mitigação dos impactos decorrentes da COVID-19, estão atividades relacionadas ao estímulo à produção local de materiais ou equipamentos de proteção (73%), apoio à instalação de hospitais ou ampliação de leitos hospitalares (73%), e atividades de suporte ao atendimento hospitalar, como, por exemplo, a doação de equipamentos (64%).

Para avaliar a relevância das ações desenvolvidas, as empresas adotaram critérios como a abrangência do atendimento (89%), a rede de parceiros envolvidos (44%) e o volume de recursos envolvidos (44%).

“É preciso buscar um equilíbrio entre inovar, considerando as demandas completamente atípicas do contexto, e trazer o legado que a instituição já tem. Então, eu acho que é uma busca exaustiva por esse equilíbrio, isso está na nossa frente o tempo todo para qualquer tipo de ação”, explica um executivo social de uma das empresas da Rede BISC.

Incentivos fiscais – PRONAS E PRONON

Com o Programa Nacional de Apoio a Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD) e o Programa Nacional de Apoio a Atenção Oncológica (PRONON), criados em 2012, foi observado na Rede BISC o aumento dos investimentos sociais na área. Em 2011, foram destinados para as atividades de promoção à saúde apenas R$ 38 milhões, já no ano de 2015 esse valor havia subido para R$ 137,5 milhões, dos quais 65% deles oriundos dos incentivos fiscais.

Depois de um período de retrocesso na captação dos dois incentivos, em razão de dificuldades no processo de aprovação e liberação dos recursos e da falta de projetos alinhados às prioridades da empresa, uma boa notícia: os dados do último ano sinalizam uma recuperação dos valores investidos que merece ser acompanhada no futuro próximo. Assim, em 2019 foram alocados em saúde R$ 94,3 milhões, valor duas vezes e meia superior àqueles verificados nos anos anteriores à criação dos referidos incentivos.

“Os resultados apresentados indicam que o momento atual pode resultar em uma oportunidade para ressaltar a relevância dos compromissos sociais do setor privado e avançar no que já havia de melhor na condução dos investimentos sociais, principalmente nas temáticas e causas mais relevantes para a sociedade”, explica Patricia Loyola, diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas.

 

Foto em destaque: Morsch Telemedicina

 

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