A cidade de Santos realiza estudo para transformar o Dique da Vila Gilda, localizado na Zona Noroeste. No projeto denominado Parque Palafitas, a Prefeitura analisa a reorganização das atuais moradias construídas sobre o mangue, de forma irregular, buscando uma solução social, sustentável e técnica para criação de novas habitações.
A ideia é a construção de conjuntos habitacionais na área seca do mangue, próximos à via, e de habitações com estrutura pré-fabricada (casas) sobre a água. Os prédios abrigam a caixa d’água e deles ocorre a distribuição de energia elétrica e da estrutura de saneamento para todas as unidades. Em fase inicial, a proposta começou a ser desenvolvida em 2018, juntamente com o escritório do arquiteto curitibano Jaime Lerner, falecido recentemente, com recursos da organização Comunitas.
LAZER
O projeto também prevê área para lazer, para o comércio, equipamentos públicos, parques e áreas para regeneração do mangue.
“Muitas pessoas não se adaptam a lugares distantes e acabam voltando para o seu local de origem. Trata-se de um projeto inovador do Brasil. Queremos ordenar as palafitas e promover a recuperação ambiental. Queremos que as pessoas habitem o local com o qual já estão familiarizadas, mas com dignidade. Com saneamento, energia elétrica e moradia adequada”, explicou o prefeito Rogério Santos.
O objetivo é que as primeiras moradias, dentro de um projeto piloto, sejam entregues até o final de 2024. “É a maior palafita do Brasil, com vários problemas sociais. Ainda temos que superar muitas barreiras como as ambientais, a busca de recursos, o que faremos com planejamento e trabalho técnico. É um resgate da cultura das pessoas que moram ali e do bom convívio com o meio ambiente, o oceano e o mangue”.
Construir unidades sobre a água é uma quebra de paradigma, como explica o secretário de Desenvolvimento Urbano, Glaucus Farinello. “Hoje, não temos áreas disponíveis para produzir todas as moradias necessárias. Esses estudos trouxeram essa reflexão, que levou a esse projeto”.
ESTUDOS AMBIENTAIS
De acordo com Glaucus, a Prefeitura já possui estudos ambientais, um deles derivado do projeto Santos Novos Tempos, que aponta cotas seguras para construção de moradias, levando em conta questões de enchentes, além de análises de viabilidade das fundações.
A Prefeitura também possui levantamentos aerofotogramétricos, que permitem que se mensure o número de moradias que precisarão ser construídas. “Nosso trabalho agora é vencer todas as questões e desafios técnicos. Vamos nos concentrar nesse projeto-piloto, conversar com a sociedade, para que possamos replicá-lo posteriormente, a médio e longo prazo”, completou o secretário.
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