loading

Especialistas em avaliações de desempenho para a gestão de pessoas compartilham conhecimento com gestores públicos da Rede Comunitas

A Coordenadora-Geral de Gestão e Desempenho de Pessoas do Ministério da Economia, Priscila Aquino, e o professor da Fundação João Cabral e especialista em políticas públicas e gestão governamental, Humberto Falcão, apresentaram iniciativas implementadas e debateram sobre perspectivas para a modernização da gestão de pessoas 

As tendências e experiências exitosas na temática da gestão de pessoas foram o mote do segundo encontro realizado com os times dos quatro municípios selecionados para participarem do Programa Líderes da Saúde, desenvolvido a partir de uma parceria entre a Comunitas e a Fundação Lemann. A oficina, que foi realizada na última sexta-feira (27), contou com a participação de dois especialistas convidados pela Comunitas com o objetivo de inspirar e apoiar o processo formativo dos times participantes. 

As palestras foram realizadas pela Coordenadora-Geral de Gestão e Desempenho de Pessoas do Ministério da Economia, Priscila Aquino, e pelo professor da Fundação João Cabral e especialista em políticas públicas e gestão governamental, Humberto Falcão. 

Enquanto Aquino apresentou para as equipes o projeto-piloto de avaliação de desempenho de lideranças em secretarias do Ministério da Economia, o professor Falcão abordou a importância da mensuração do critério de vocação ao longo do processo seletivo de novos servidores e de avaliações de desempenho. 

Programa-piloto de avaliação de gestores no Ministério da Economia

Priscila Aquino falou sobre um programa-piloto de avaliação de desempenho de lideranças que ela ajudou a desenvolver no Ministério da Economia até o final do ano passado. O projeto foi iniciado em 2020 e foi implementado ao longo de três ciclos. No encontro, ela contou como foi a experiência e os principais aprendizados para os quatro times participantes da Jornada Líderes da Saúde. 

Ela explicou que, na maioria dos órgãos públicos, os cargos de alta liderança não são avaliados e também não há uma previsão legal para que isso aconteça. Nesses casos, são consideradas apenas as avaliações institucionais, garantindo-lhes nota máxima em suas avaliações de desempenho e era preciso mudar esse cenário. Para o piloto, foram avaliados cerca de 100 líderes de quatro secretarias.

“Nós entendemos a importância das lideranças serem avaliadas, e não apenas os servidores. É necessário envolver todos os atores nesse processo de avaliação”. – Priscila Aquino

De acordo com ela, a avaliação de gratificação, que incide diretamente na remuneração do funcionário público, impacta cerca de 150 mil servidores ativos. Em 2021, em termos orçamentários, foram pagos R$ 6.8 bilhões a título de gratificação de desempenho. A média do resultado da avaliação de desempenho era de 98% (individual e institucional), o que, para ela, é uma evidência de que a avaliação não era efetiva. “Porque se está todo mundo ali com a nota muito próxima a 100%, não tem como refletir a realidade. Para se ter uma ideia, após o piloto, a média da avaliação de desempenho desses gestores caiu para 90%”. 

Ao final da experiência, o time de gestão de pessoas do Ministério da Economia identificou seis oportunidades, que vão desde a simplificação do sistema em que as avaliações de desempenho são realizadas, até mesmo repactuação de metas. “A repactuação de metas não quer dizer que o processo ou as metas foram mal definidas. O processo de planejamento é dinâmico e deve ser adaptativo. Então, ao longo do caminho, pode ser necessário rever essas metas”, explicou ela. 

A importância do desenvolvimento de lideranças e da vocação

O professor Humberto Falcão iniciou sua apresentação falando das dificuldades enfrentadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para ele, o grande desafio na área de saúde é a gestão das políticas públicas, propriamente dita. “Nós perdemos uma oportunidade de engatar um debate profundo para fortalecer a atuação do SUS durante a pandemia. O subfinanciamento é uma realidade, mas só aumentar o financiamento não vai resolver o problema. Existem casos de muito má gestão desses recursos, incluindo a força de trabalho”.

E, para ele, um dos principais desafios da gestão de pessoas na área de saúde é encontrar servidores que sejam verdadeiramente vocacionados para o serviço público. “Esse é um grande desafio dos concursos públicos, que medem – e muito mal – o conhecimento. Mas não mensuram a vocação. Qualquer tipo de profissional que não tenha vocação para um serviço será um mau profissional em sua área de atuação”.

Outro ponto defendido pelo professor é a mudança que precisa ser feita na estrutura de incentivos. Em sua visão, o mau servidor é protegido pelo funcionalismo público e, portanto, é um debate que precisa ser feito com a sociedade. Por outro lado,  aquele servidor que desempenha bem o seu papel, deve ser premiado. Por isso, as avaliações de desempenho são fundamentais. “O desempenho tem que estar conveniado à meta da instituição. O cuidado no atendimento, por exemplo, é desempenho. É necessário ter clareza das metas organizacionais e promover ações para atingir esses resultados. E boas lideranças são fundamentais nesse processo”. 

Para isso, é importante que seja implementada uma gestão dos planos de liderança e que haja um critério de seleção desses gestores e realizar investimentos para desenvolver pessoas com as habilidades (soft skills) necessárias para que elas possam, eventualmente, assumir um cargo de liderança.   

“O desenvolvimento de capacidades, tanto nas competências técnicas, quanto nas soft skills – que são mais desafiadoras, é importantíssimo. É necessário ter, sim, o conhecimento técnico, mas é preciso ter o entendimento gerencial para que o servidor possa ter uma noção crítica do que precisa ser feito para melhorar o atendimento à população”. 

Sobre a Jornada Líderes da Saúde

O projeto é realizado por meio de uma parceria entre a Comunitas e a Fundação Lemann, que, nesta edição, foca exclusivamente na gestão de pessoas em secretarias de saúde de quatro municípios selecionados para participarem do Programa: Ananindeua (PA), Fortaleza (CE), Pelotas (RS) e Petrolina (PE).

A Jornada, que foi oficialmente iniciada na última semana, tem previsão de duração de oito meses e a expectativa é que os participantes estejam aptos para desenvolverem soluções criativas a seus desafios na área de gestão de pessoas. 

A Jornada Líderes da Saúde faz parte da estratégia de inovação da Comunitas e fomenta um espaço formativo para que os municípios participantes possam incubar e pilotar um projeto-piloto escalável e com valor tanto para os cidadãos como para os servidores.

Quer ficar por dentro de todas as novidades da Jornada Líderes da Saúde? Então não esqueça de assinar a nossa Newsletter!

Sem comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *