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No segundo dia de formação, lideranças públicas e privadas aprofundam o conhecimento em investimento de impacto e energia limpa

Os participantes do curso tiveram aulas como “Avaliação Ambiental e Planejamento para Projetos de Infraestrutura”, “Fundo de Investimento de Impacto, Descarbonização e Financiamento para o Desenvolvimento” e “Setor de Biocombustíveis dos Estados Unidos e Energia Limpa”. Ao final do dia, também visitaram a Escola de Sustentabilidade de Stanford 

Escola de Sustentabilidade de Stanford. Crédito da Imagem: Bira Cosme

Hoje (11), aconteceu o segundo dia da formação internacional em economia verde, promovida pela Comunitas em parceria com a Leadership Development Academy (LAD). O principal objetivo da iniciativa é impulsionar o desenvolvimento sustentável do Brasil e estimular um crescimento econômico resiliente.

O curso intensivo, com duração de cinco dias, é realizado na Universidade de Stanford. Seu propósito é capacitar os participantes em estabelecer prioridades, planejar ações e construir parcerias efetivas, transformando-os em agentes implementadores de uma nova agenda econômica no Brasil. Durante o programa, também serão abordados temas relevantes, como o papel do Estado no desenvolvimento do setor privado.

O dia foi marcado pela agenda acadêmica, em que os membros da comitiva participaram de aulas como “Avaliação Ambiental e Planejamento para Projetos de Infraestrutura”, com o professor e pesquisador Michael Bennon, “Fundo de Investimento de Impacto, Descarbonização e Financiamento para o Desenvolvimento”, com o CEO da Total Impact Investment, John Simon, e “Setor de Biocombustíveis dos Estados Unidos e Energia Limpa”, com o CEO da Eventix, Monem Alyaser, além de uma visita à Escola de Sustentabilidade de Stanford, em que o reitor Arum Majumdar recebeu os participantes da formação. 

As aulas são baseadas em análise de estudos de caso sobre desafios de gestores públicos mundo afora na tomada de decisão em temas como definição de parcerias público-privadas, licenciamento ambiental e engajamento de cidadãos à políticas públicas. A programação também inclui visitas de campo a órgãos públicos na baía de São Francisco.

Avaliação Ambiental e Planejamento para Projetos de Infraestrutura

Durante a aula do professor Bennon, foram abordados diversos tópicos relacionados a projetos ambientais, sustentabilidade e infraestrutura. Os participantes discutiram a avaliação de projetos ambientais, com foco no ponto de vista regulatório, e também exploraram o conceito de sustentabilidade.

Além disso, o grupo foi apresentado a estudos de caso, incluindo um projeto de desvio de água em Fargo Moorhead, Dakota do Norte, e sua implementação em parceria com a iniciativa privada. “Não é para uso de água, é exclusivamente para fazer a manutenção de um canal existente. Foi emitido US$ 300 milhões em títulos. Houve um gasto inicial de US$37 milhões para o custo da transação. As obras começaram em 2015 e foram finalizadas em 2020”, explicou Bennon. 

Uma medida que tem sido bastante utilizada em outros países são os Green Bonds, ou obrigações verdes, para financiar projetos ambientais, buscando garantir o comprometimento das partes envolvidas e o menor impacto ambiental possível. O Banco Mundial, por exemplo, solicita relatórios de sustentabilidade dos projetos, incluindo a implementação de relatórios de impacto ambiental. 

A importância da previsão de demanda e dos impactos econômicos em projetos de infraestrutura foi discutida, destacando as dificuldades em fazer projeções precisas. Além disso, foram apresentados exemplos de projetos que enfrentaram desafios orçamentários e a necessidade de priorizar iniciativas com melhor relação custo-benefício.

Escola de Sustentabilidade de Stanford. Crédito da Imagem: Bira Cosme

Fundo de Investimento de Impacto, Descarbonização e Financiamento para o Desenvolvimento

O CEO da Total Impact Investment, John Simon, abordou temas relacionados a investimento de impacto e métricas de avaliação de projetos sociais e ambientais, em que se destacou a importância de investir em projetos que tenham retorno financeiro e impacto social positivo. “Cada vez mais investidores estão interessados em fazer a diferença no mundo e obter lucro ao mesmo tempo”, contou ele.

A aula também explorou o desafio de conciliar o retorno financeiro com o impacto social, salientando a importância de se buscar um equilíbrio na identificação e atração de investidores que valorizem o impacto social a longo prazo.

Para Simon, a diferença entre ESG (Environmental, Social, and Governance) e investimento de impacto, é que o último busca criar um impacto positivo na sociedade, enquanto o primeiro tenta evitar efeitos negativos. 

Como no Brasil, a medição do impacto no pilar social também é um desafio, mas foram apresentadas métricas que podem indicar como o setor privado pode apoiar positivamente a sociedade, a exemplo do aumento ao acesso a serviços básicos, como água e saúde. Além disso, a transparência e o monitoramento dos investimentos são elementos essenciais para o sucesso desses investimentos.

A discussão abordou a importância de parcerias entre os setores público e privado, bem como o papel das organizações do terceiro setor, na construção de confiança e credibilidade nos investimentos de impacto. No contexto brasileiro, foram mencionados exemplos destes investimentos, incluindo fundos de grandes corporações e fundações comprometidas com a sustentabilidade.

“Investimento com impacto empodera pessoas”, finalizou Simon. 

Setor de Biocombustíveis dos Estados Unidos e Energia Limpa

A aula do CEO da Eventix, Monem Alyaser, abordou a necessidade de investir em soluções sustentáveis e alternativas aos combustíveis fósseis, explorando o potencial da biomassa, promovendo a reciclagem de resíduos e adotando uma abordagem holística para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

Além disso, também foi debatido o investimento em economia limpa no Vale do Silício, destacando a necessidade de capital de investimento real em projetos que promovam benefícios sociais e ambientais. Foi ressaltada a importância de pensar em soluções além da simples substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis.

Alyaser apresentou dados que evidenciam a correlação entre a elevação das emissões de gases do efeito estufa (GEE) e o aquecimento global, que contribuem para o aumento de ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e queimadas. “Tudo isso demonstra a urgência de agir para mitigar os impactos das mudanças climáticas”. 

Além disso, Alyaser salienta a importância de tratar a biomassa de forma sustentável, buscando reciclar os resíduos sólidos gerados e explorando seu potencial para produção de biocombustíveis e outros produtos

Ao final, foram ressaltadas as oportunidades de investimento em energias limpas e no gerenciamento adequado de resíduos, destacando a importância de atrair investidores e fundos de pensão para essas áreas.

Quem participa da formação?

Ao todo, 24 gestores dos setores público e privado participam da 3ª edição do programa de fortalecimento de lideranças da Comunitas. Dentre os líderes públicos, podem-se citar: os governadores Eduardo Leite (RS), Eduardo Riedel (MS) e Helder Barbalho (PA). Também fazem parte da comitiva a Conselheira do Tribunal de Contas do PA, Daniela Barbalho; o Secretário de Planejamento do PR, Luiz Augusto Silva; a Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de MG, Marília Melo; a Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de SP, Natália Resende; o Secretário de Planejamento e Entregas Prioritárias da Cidade de SP, Fernando Chucre; a Secretária Nacional de Planejamento e Orçamento, Leany Lemos; o Secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Vitor Saback; e os deputados federais por SP, Paulo Alexandre Barbosa e Pedro Paulo Teixeira de Carvalho

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