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Pelotas atinge o menor número de assassinatos em 2022 com plano de segurança pública apoiado pela Comunitas

O Pacto Pelotas Pela Paz estabeleceu ações integradas de diversos setores para o enfrentamento da violência   

A imagem mostra várias pessoas sentadas em uma sala, enquanto uma mulher de cabelos loiros faz uma apresentação

Crédito da imagem: Prefeitura de Pelotas

Em 2022, o município gaúcho de Pelotas atingiu a menor taxa de Crimes Violentos Letais Intencionais (CLVIs) da série histórica, iniciada em 2017. De acordo com o Observatório de Segurança Pública do Município, estrutura criada pelo Pacto Pelotas pela Paz, o índice ficou em 7,09 registros por 100 mil habitantes, enquanto que em 2021 a proporção foi de 9 por 100 mil. Em relação a 2017, a taxa era de 34,4, o que significa uma queda de 80%.

Ainda de acordo com o Observatório, Pelotas encerrou 2017 com 120 crimes contra a vida. Em 2021, esse número caiu para 31 casos e, no ano passado, diminuiu para 23 ocorrências, uma redução de 26% de um ano para o outro. Dentro dos registros classificados como CLVIs, o Município contabilizou 18 homicídios em 2022. O restante foi relacionado como latrocínio (1), feminicídio (1), lesão corporal seguida de morte (1), intervenção policial (1) e outro (1).

Os dados foram divulgados pela prefeita da cidade, Paula Mascarenhas, hoje (1º/02) e, para ela, os resultados se devem a uma grande mobilização integrada em prol do combate à violência. “Isso mostra o quanto esse trabalho vem surtindo efeito e o que isso significa: uma cidade mais tranquila, com menos violência. Isso faz parte da qualidade de vida que a gente quer entregar para a população e a criação de um território que as coisas possam acontecer melhor. Sem violência temos mais oportunidades, mais possibilidades de desenvolvimento, de atrair investimentos externos e turistas”, avaliou a chefe do Executivo pelotense.

Com relação ao Rio Grande do Sul, Pelotas ocupa a segunda colocação no ranking das 23 cidades do Estado com a maior redução do número de homicídios. Entre 2019 e 2022, a redução pelotense em termos de homicídios foi de 68,42%: de 57 homicídios em 2019 para 18 em 2022. 

Cidade registra queda em outros indicadores

Pelotas também comemora a redução em outros indicadores da violência urbana, como os crimes contra o patrimônio. Com relação a 2021, houve uma redução de 2% de roubos a comércios e uma queda de 3% de roubos a residências. Já roubos a veículos, a queda foi de 26%, todos com relação a 2021. Esses crimes também mantiveram queda significativa na comparação aos anos anteriores à pandemia, principalmente, ao início da contagem em 2017, com redução de 59% e 37% respectivamente. Naquele ano foram registrados 547 furtos a veículos e 621 furtos à residência.    

Para o coordenador do Observatório, Samuel Rivero, é fundamental fazer a contextualização dos dados, no que tange a crimes patrimoniais, para compreender melhor a oscilação dos números. “Nos anos de 20 e 21, em função da pandemia, houve uma queda acentuada nos furtos à residência, justamente porque as pessoas estavam mais tempo presentes em casa, o mesmo ocorreu com o roubo a pedestres, pois menos pessoas estavam circulando. Com a retomada da normalidade, não estar em casa favorece as ações criminosas de furto. Mas quando comparamos com o período anterior ao da pandemia seguimos com significativas quedas, e, nessa perspectiva mais ampla, é notório que os crimes violentos patrimoniais como roubos diminuíram, consideravelmente, nos últimos anos”, analisa Rivero.  

O comandante regional de Policiamento Ostensivo, coronel Cláudio Goggia, destacou as ações integradas e a participação da Prefeitura como fundamentais para a redução dos índices de violência. “Isso é fruto de toda a integração que está muito forte nesses quatro anos, entre todas as forças de segurança e Pelotas é um exemplo, pois quando a integração entre as forças também envolve o Poder Público se torna muito mais fácil o trabalho dos agentes de segurança”, afirmou.

A arte tem um fundo roxo escuro com letras verde e branca em que se lê "e-book. conheça estratégias produtivas e integradas de segurança pública". Ao lado, vemos um botão lilás com letras roxas em que se lê "acesse gratuitamente". Ao lado, vemos em branco o logo da Rede Juntos

Os números

Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI)

2017 – 120 

2018 – 90 

2019 – 74

2021 – 31 

2022 – 23 

-81% entre 2017 e 2022 

-26% entre 2021 e 2022

Taxa de CLVI/100mil

2017 34,8

2018 26,3

2019 21,6

2020 10,5

2021 9

2022 7,1

-80% entre 2017 e 2022

-21% entre 2021 e 2022

Crimes contra o Patrimônio

Roubo a comércio

2017 – 331 

2019 – 183 

2021 – 128 

2022 – 125 

-62% entre 2017 e 2022

-2% entre 2021 e 2022

Roubo a veículo 

2017 – 271 

2019 – 109 

2021 – 68 

2022 – 50 

-82% entre 2017 e 2022

-26% entre 2021 e 2022

Roubo a pedestre 

2017 – 3.261 

2019 – 2.137 

2021 – 964

2022 – 1.028 

-68% entre 2017 e 2022
-7% entre 2021 e 2022

Furto a Residência

2017 – 621 

2019 – 570 

2021 – 202 

2022 – 392 

-37% entre 2017 e 2022

-94 % entre 2021 e 2022

Pacto Pelotas pela Paz

Implementado há seis anos com o apoio da Comunitas, o Pacto Pelotas pela Paz é um conjunto de estratégias desenvolvidas para redução da criminalidade a partir de ações movidas por toda a sociedade no município. Antes de ser implementado, a cidade de Pelotas teve um aumento acelerado e constante do número de homicídios, que chegou a 488% em 2015, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP/RS).

A partir desse resultado, a Comunitas deu início ao trabalho no município gaúcho com um detalhado diagnóstico da situação de violência. Simultaneamente ao diagnóstico, foram realizadas atividades de engajamento, planejamento e implantação dos projetos juntamente às autoridades de instituições públicas locais, como Brigada Militar, Polícia Civil, Poder Judiciário, Ministério Público e Universidades; gestores e servidores das Secretarias  municipais de proteção social, como Saúde, Educação e Desporto, Cultura e Assistência Social, além de centenas de lideranças comunitárias, empresários, membros e associações culturais.


*Com informações da Prefeitura de Pelotas

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