Porque há poucas mulheres na liderança?
Uma das mulheres mais poderosas no mundo dos negócios, Sheryl Sandberg, chefe de operações do Facebook, analisa o motivo de tão poucas mulheres alcançarem altos cargos corporativos. Na sua fala, de forte empoderamento feminino, a executiva oferece três conselhos para mulheres que ambicionam subir degraus na carreira. Além disso, aborda os obstáculos enfrentados para tal, como a pressão social para formar família e convivência cotidiana com o machismo, muitas vezes imperceptível.
“Eu queria poder dizer a todas as jovens mulheres para quem trabalho, todas essas mulheres fabulosas, ‘Acreditem em vocês e negociem por vocês. Adquiram seu próprio sucesso’. Eu queria poder dizer isso à minha filha. Mas não é tão simples assim. Porque o que os dados mostram, acima de tudo, é uma coisa, que o sucesso e a simpatia estão positivamente correlacionados para os homens e negativamente correlacionados para as mulheres”.
Quatro lições que aprendi ao me posicionar contra as drogas e a violência armada
A brasileira Ilona Szabó é hoje referência mundial quando o assunto é política pública de segurança. Co-fundadora do Instituto Igarapé – parceiro da Comunitas em diversas ações, Szabó desistiu da carreira corporativa para dedicar-se à movimentos sociais, tornando-se o que ela chama de “diplomata da sociedade civil”.
“‘Será que a sociedade civil pode fazer tanta diferença? Será que os cidadãos podem influenciar e moldar a política global e nacional?’ Nunca achei que fosse me perguntar isso, mas cá estou para compartilhar algumas lições sobre os poderosos movimentos da sociedade civil em que me envolvi. Eles defendem questões pelas quais sou apaixonada: controle de armas e política de drogas. E essas são questões que importam aqui. A América Latina é o marco inicial para ambas”.
Leia mais: Bate-Bola | Combate à evasão escolar pode evitar homicídio, diz pesquisadora
Como grandes líderes inspiram ação?
Simon Sinek é um dos nomes mais influentes quando o tema é liderança. E na sua palestra, ele aborda o modelo de liderança que desenvolveu, o famoso “Círculo Dourado”, explicando como empresas como a Apple conseguem manter o sucesso ao vender o “por quê” ter o produto.
A metodologia é simples, baseada em 3 perguntas: Por quê? Como? O quê? – mas esclarece porque algumas organizações e líderes conseguem inspirar e outros não.
“Se você não sabe o porquê faz o que faz, e as pessoas respondem ao porquê você faz o que faz, então como você vai conseguir pessoas que votem em você, ou comprem algo de você, ou, mais importante, que sejam leais e queiram fazer parte daquilo que você faz”.
Leia mais: conheça a Rede Juntos, plataforma voltada para lideranças públicas
Ensine toda criança sobre comida
Para Jamie Oliver, um dos chefs de cozinha mais famosos do mundo, toda criança deve ser educada e incentivada a ter uma alimentação saudável dentro e fora das escolas. No Brasil, por exemplo, 33,5% das crianças de 5 a 9 anos apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares, cujos dados mais recentes são referentes a 2008-2009. O mesmo percentual atinge os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos com sobrepeso (33,5%), sendo que 8,4% estão obesos, segundo o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, de 2015.
A má alimentação acarreta riscos para além do sobrepeso, levando à filhos com doenças e, consequentemente, expectativa de vida piores.
“A comida da escola é uma coisa que a maioria das crianças consome duas vezes por dia, com muita frequência, o café da manhã e o almoço, 180 dias por ano. Então podemos dizer que a comida da escola é realmente muito importante, a julgar pelas circunstâncias”.
Leia mais: Programa Juntos e o novo padrão para a merenda escolar infantil, mais saudável e regional
Educação inovadora nas favelas
“A sua perspectiva determina tudo que você vê. A pergunta que você faz determina muito a resposta que vai receber”. É assim que Charles Leadbeater, nome prestigiado na área de inovação e criatividade, começa sua explanação. O palestrante defende que os melhores exemplos de educação podem estar longe de países como a Finlândia – local reconhecido mundialmente como um dos melhores sistemas escolares.
Visitando favelas no Brasil e no Quênia, para Leadbeater é preciso dar mais atenção às iniciativas educacionais dadas em locais de grande carência, pois lá, sem recursos para adotar soluções tradicionais, encontraram formas criativas e transformadoras de aprender.
“A educação precisa ser de puxar e não de empurrar. Você tem que iniciar a educação pelas coisas que fazem a diferença para eles em seus ambientes. O que isso faz? A chave é a motivação”.
Por que nós todos precisamos praticar primeiros socorros emocionais
Quando pensamos em cuidados com a saúde, vem na mente, à priori, a parte física. O que psicólogo Guy Winch propõe em sua palestra é que as pessoas reflitam e deem a mesma atenção à higiene emocional quanto à higiene do corpo, pois tem igual importância. Para ele, solidão, fracassos e culpas, podem ser lesões tão, ou mais graves, que traumas físicos.
“Você tem noção de como a sua mente reage ao fracasso? Você deveria ter. Porque se sua mente tentar convencê-lo de que é incapaz de algo e você acreditar nela, então, como aquelas duas crianças, você começará a se sentir sem forças e desistirá em pouco tempo ou nem sequer tentará”
Leia mais: Em Paraty, alunos terão ações para diminuir problemas comportamentais
A Reinvenção dos Espaços Urbanos
Ele foi responsável por reinventar o espaço urbano de Curitiba, tornando a cidade referência: o urbanista, Jaime Lerner, debate as cidades e como podem se transformar e melhorar a qualidade de vida do cidadão. Lerner implementou o famoso sistema BRT (Bus Rapid Transit), que se tornou inspiração em todo o mundo, e mudou a forma como os planejadores urbanos veem o que é possível na paisagem metropolitana.
“Não esqueçam: criatividade, começa quando você corta um zero do orçamento. Se você corta dois zeros, é muito melhor. É importante começar e ter a contribuição de pessoas, e elas podem ensinar você se você não está no caminho certo”.
Exigindo um governo mais aberto
Beth Noveck é ex-vice-diretora de Tecnologia da Casa Branca, e, atualmente, dissemina pelo mundo a importância da abertura prática dos dados abertos da gestão pública. Para ela, o aumento da transparência na gestão pública pode gerar economia e desenvolvimento para um país. Mas Noveck ressalta que a transparência por si só não está reduzindo a corrupção nem gerando a responsabilidade que poderia existir caso houvesse a combinação entre a participação, colaboração e transparência.
“Governo aberto não é o mesmo que governo transparente. Simplesmente colocar dados no ar não muda como o governo trabalha. Ninguém se mexe por causa daqueles dados para mudar as vidas, para resolver os problemas e isso não muda o governo. O que isso faz é criar uma relação adversa entre a sociedade civil e o governo sobre o controle e propriedade da informação”.
E se você fosse prefeito da sua cidade?
Para Gustavo Maia, fundador do Colab.re – organização parceira da Comunitas, cada cidadão deve assumir a cidade como seu partido, cuidando e trabalhando para um local cada vez melhor.
O Colab foi eleito o melhor aplicativo urbano do mundo. A ferramenta possui o objetivo de conectar os cidadãos ao poder público de maneira transparente e com foco na resolução de problemas. Com ele, o cidadão fiscaliza e propõe ações de melhorias na resolução de problemas do bairro, como desperdício de água, problemas na iluminação pública, acúmulo de lixo, focos de dengue, entre outros.
Leia mais: Aplicativo como canal de comunicação entre a prefeitura e cidadão
Sapateiro faz Sapato, Professor faz Gente
A socióloga e educadora Lourdes Atié aborda a necessidade de um pacto social para combater os baixos índices da educação no Brasil. Porém, enfatiza a importância de conceder o devido valor aos professores.
“Não existe solução que venha de cima para baixo. Quem muda de verdade é quem está todo dia lá. Ser professor não é por missão ou falta de opção. Ser professor é um trabalho intelectual da maior importância. Só o professor é capaz de olhar para cada um dos seus alunos, que é sua plateia cativa, e dizer: ‘você vai ser grande'”.
Leia mais: Professores recebem formação em Paraty
Sem comentários