O Grupo de Debates BISC se reuniu em mais uma edição, na manhã de ontem (10/05), na sede da Comunitas, em São Paulo. O tema tratado foi a integração dos investimentos sociais corporativos às perspectivas dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).
Os ODS serão o foco da pesquisa BISC esse ano, que irá contar com um capítulo exclusivo sobre o tema. Para isso, a Comunitas estabeleceu parceria com o PNUD e o Comitê Brasileiro do Pacto Global (CDPG), além de ter contato com a participação de representantes da plataforma ODS e academia na construção do questionário.
Iniciado em 2016, com duração até 2030, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ampliam e substituem o escopo de atuação previsto nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Eles integram uma agenda mundial com 17 objetivos e 169 metas.
De acordo com a lista, são previstas ações nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, mudança do clima, cidades sustentáveis, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura, entre outros.
A roda de conversa contou com a presença do assessor sênior do PNUD Brasil, Haroldo Machado, que explicou que os ODS são uma lista de tarefas para um futuro melhor. “Ela servirá para termos um futuro mais justo e inclusivo no ano de 2030, que é o objetivo final da agenda”. Machado citou, ainda, que a parceria com o setor privado é primordial para que os objetivos sejam alcançados. “É preciso a participação de todos, não apenas os representantes públicos, mas indivíduos, academia, setor privado e governos”.
A professora Anna Peliano, Coordenadora do BISC, explicou que a agenda tem relação direta com questões sociais levantadas pela pesquisa e que os parceiros respondentes já costumam discutir. Segundo ela, o encontro foi uma oportunidade de apresentar essas propostas e metas a todos da rede. “Fizemos alguns exercícios de como eles podem conectar os investimentos sociais e os ODS, com o objetivo de formar um grupo que valorize ainda mais a atuação social das empresas”.
De acordo com Peliano, “o setor privado empresarial encontra-se diante de uma agenda muito oportuna para se posicionar e se envolver genuinamente na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável”.
1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição, e promover a agricultura sustentável;
3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos;
5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos;
7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos;
8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos;
9. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação;
10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles;
11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis;
13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos
14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater à desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e deter a perda de biodiversidade;
16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Grupo de Debates BISC
Para promover o intercâmbio de experiências e o aprimoramento das práticas sociais, a Comunitas iniciou, em 2015, o Grupo de Debates BISC. Ele se dedica a refletir sobre os resultados da pesquisa e avançar nos temas selecionados como prioritários. Já foram discutidos temas como parcerias com as organizações públicas e privadas e o alinhamento dos investimentos sociais aos negócios.
Dois produtos relevantes se destacam como resultado dos trabalhos desse Grupo: a identificação das iniciativas de formação de parcerias que funcionam e não funcionam, bem como a seleção de indicadores de qualidade para esses projetos; e a identificação das características que diferenciam a filantropia, os investimentos sociais tradicionais e alinhados aos negócios e os negócios de impacto sociais.