A iniciativa é uma parceria entre a Comunitas e a Prefeitura de Paraty que visa o combate à violência ao inserir jovens no contexto esportivo como medida de inclusão social
A Escola de Atletismo de Paraty, no Rio de Janeiro, participou do Campeonato Brasileiro Loterias Caixa Sub-16 de Atletismo no começo do mês, com a atuação da estudante Sarah Rodrigues, de 15 anos. Estudante do 9º ano da Escola Municipal Pequenina Calixto, a adolescente foi a única representante do município carioca no evento. O torneio contou com cerca de 500 atletas, vindos das mais variadas regiões do país, e teve duração de três dias.
Sarah encerrou sua participação no evento, que está em sua 11ª edição, em 7º lugar geral no quadro de atletas para as provas de 75 metros, mas ela também participou pela primeira vez de uma prova mais longa, a de 250 metros. Uma experiência que, de acordo com ela, foi “muito interessante e serviu para expandir os seus horizontes no esporte”. No entanto, ela não se classificou para a final devido ao critério de tempo.
A Escola de Atletismo de Paraty iniciou suas atividades em dezembro de 2016, com a promoção de atividades gratuitas do esporte para alunos da rede pública de Paraty, na faixa etária de 7 a 18 anos. A Escola é uma iniciativa da Prefeitura de Paraty, que conta com o apoio da Comunitas, da Track&Field e do Instituto Humanize e tem o objetivo de reduzir a violência ao inserir os jovens do município carioca na prática de atividades esportivas como forma de inclusão social.
Praticar esportes é um direito assegurado às crianças e adolescentes brasileiros. Essa seguridade é dada por entender que as práticas desportivas são mecanismos fundamentais para o desenvolvimento integral de meninos e meninas, e, consequentemente, em transformação social.
Após 5 anos de atividade, as aulas já foram ministradas para cerca de 1600 alunos da rede municipal, com cerca de 60 alunos tendo aulas diárias e gratuitas no estádio municipal Antônio Mário Pompeu Nardelli, o ‘Campão’, sob a tutela do professor Paulo Servo, ex-técnico da Seleção Brasileira de Atletismo, e da preparadora técnica Bárbara Leôncio, campeã mundial dos 200 metros rasos no Mundial Juvenil de 2007.
Conheça Sarah Rodrigues, a única atleta da Escola de Atletismo de Paraty a representar o município carioca no Campeonato Brasileiro Sub-16 no Paraná
O campeonato causou uma grande impressão em Sarah – em especial porque a adolescente nunca participou de uma competição na vida, nunca tinha usado a sapatilha indicada para o esporte, bem como nunca tinha corrido em uma pista de atletismo. A atleta ficou fascinada com a experiência e narrou, animada, o misto de sensações que teve ao se ver na disputa, a trajetória esportiva que culminou com a sua participação no evento e como isso a fez ver o futuro que ela pode ter no esporte. Apesar de não ter saído vitoriosa da competição, ainda assim Sarah não desanima, pelo contrário: sente-se estimulada a continuar melhorando cada vez mais.
“Quando eu cheguei na competição, eu senti um pouco de medo. Eram vários atletas, de vários lugares diferentes e eles eram muito grandes. Mas foi algo muito legal, eles todos foram muito simpáticos. Antes da competição, todo mundo conversava, todo mundo desejava boa sorte. Foi muito divertido”, contou Sarah, super animada com a lembrança que, com certeza, ela guardará com muito carinho daqui pra frente.
O atletismo não foi o primeiro contato que Sarah teve com atividades físicas. Na realidade, a adolescente sempre foi praticante assídua de aulas de balé, cujo treino iniciou aos 4 anos, e jazz, que iniciou quando tinha 9 anos, embora tenha parado com as aulas de jazz desde 2019. “Eu sempre gostei disso, desde pequena. Eu amava apostar corrida com os meninos na escola e dançar na frente do espelho. É algo que eu me divirto muito fazendo. Eu sempre pedia aos meus pais para me colocarem na dança. Depois que eu comecei a fazer o balé, eu percebi que estava me ajudando muito nos esportes”, contou a atleta ao explicar por que acredita que foi uma das selecionadas para ser aluna da Escola de Atletismo de Paraty.
Os professores promoveram uma espécie de peneira nas escolas da rede municipal de ensino para identificar possíveis talentos para o esporte Sarah foi selecionada e pouco tempo depois, a mãe, dona Regina, passou a levá-la diariamente aos treinos. A partir daí, a jovem começou a mudar todo o seu planejamento para o futuro.
Ela conta que, embora sempre tenha sonhado com a faculdade de arquitetura, o esporte a fez considerar cursar a faculdade de educação física para aprender ainda mais sobre atletismo. Desde que começou a correr, um dos sonhos dela passou a ser participar de uma edição das Olimpíadas.
O curso de arquitetura, ao que parece, ficará para depois.
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