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BISC 2018 apresenta o novo retrato dos investimentos sociais corporativos brasileiros

Os dados de destaque da maior pesquisa sobre investimento social corporativo do Brasil estão no ar. Clique aqui e faça o download.

A Comunitas reuniu, durante a tarde de ontem (06), diversos executivos e especialistas do campo social para o lançamento do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) 2018, que apresenta o novo perfil dos investimentos sociais – voluntários e obrigatórios, de empresas, institutos e fundações do Brasil.

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O BISC funciona como material de apoio à gestão social, por ir além da produção de dados estatísticos, ao inserir novos temas no debate, orientar o desenho de estratégias para práticas sociais e consolidar padrões de desempenho que estimulem a multiplicação e o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos no país.

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“A Comunitas tem como missão qualificar os investimentos sociais corporativos, e o BISC, por meio de todo olhar que se teve há 11 anos, decidiu focar no conhecimento do campo, muito mais que atuar no varejo de consultorias específicas. Então, por isso vemos, hoje em dia, a capacidade e o poder do BISC de influenciar tantas empresas em sua tomada de decisões, a pesquisa tem esse papel”, explicou Patricia Loyola, diretora de Gestão e Comunicação da Comunitas.

Além da apresentação dos dados da nova edição da pesquisa BISC, o encontro contou com apresentação de cases e debates entre empresas integrantes do grupo BISC – Itaú, Vale, Engie, Votorantim, Gerdau, Santander, Telefônica, Instituto Coca-Cola e NeoEnergia. As conversas abordaram as tendências e perspectivas do investimento social, sob o enfoque da sustentabilidade, território e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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O novo retrato dos investimentos sociais corporativos brasileiros

Nessa edição, a pesquisa deu foco ao tema da sustentabilidade e foi construída com informações apresentadas pelas organizações que integram o grupo BISC, que, em 2017, representaram um universo de 259 empresas e 17 fundações e institutos empresariais.

E os dados trouxeram boas notícias: mesmo em um cenário de instabilidade econômica, o volume de recursos investidos voluntariamente pelo grupo ficou na casa dos R$ 2,4 bilhões – mantendo o mesmo patamar de 2016.

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“Os investimentos sociais brasileiros estão consolidados, e o que nos leva a fazer essa afirmação é acompanhar a evolução dos valores aplicados ao longo dos últimos 11 anos. A tendência foi de crescimento, com algumas oscilações, e, em 2017 – mesmo sendo um ano de instabilidade econômica e clima de insegurança por conta do calendário eleitoral, as empresas mantiveram seus investimentos no mesmo patamar do ano anterior”, afirmou Anna Peliano, coordenadora da pesquisa BISC.

Fonte: BISC 2018

 

E mais: com esse patamar de investimento, as empresas brasileiras se igualam aos padrões internacionais, se levarmos como referência a participação dos investimentos no lucro bruto das corporações pesquisadas pelo CECP – organização parceira da Comunitas no intercâmbio de experiências, pesquisas, estudos e ferramentas sobre o investimento social corporativo ao redor do mundo.

 Recentemente, passamos por um processo de revisão da estratégia da empresa e uma das  ferramentas utilizadas foi o relatório BISC do último ano, que mostra onde estão as oportunidades de atuação social, não só vinculadas às demandas brasileiras, mas temas relacionados aos negócios da empresa. 

 Paulo Boneff, gerente do Instituto Gerdau 

Porém, o resultado reflete movimentos distintos dentro do grupo – consequência de diferentes impactos da conjuntura econômica no setor do negócio. Entre 2016 e 2017, 39% das empresas aumentaram os seus investimentos, e tais aumentos foram suficientes para compensar a redução dos demais e garantir a manutenção do total investido pelo grupo.

Consolidação dos investimentos se mantém

A tendência de consolidação dos investimentos sociais do grupo também se revela nas previsões para os dois próximos anos: mais da metade das empresas preveem a manutenção, ou o aumento, dos recursos a serem investidos no período.

Fonte: BISC 2018

 

No entanto, pela primeira vez, nos últimos dez anos, dois terços das empresas que responderam à pergunta sobre o que esperar em 2018, não se sentiram à vontade para indicar números sobre o montante dos recursos a serem destinados a essa área no corrente ano.

 A pesquisa BISC traz muitos benefícios para a Votorantim. Nos permite fazer benchmarking, comparando nossos investimentos aos de outras empresas do mesmo e de outros setores, o que nos permite avanças nas nossas práticas. A troca realizada pelo grupo de empresas que fazem parte do BISC resulta em muito aprendizado. 

Rafael Gioielli, gerente geral do Instituto Votorantim 

Educação como prioridade

Em 2017, o volume de recursos destinados à educação pelo grupo BISC foi da ordem de R$ 920 milhões, mantendo-se, assim, o patamar do investimento observado ao longo dessa década. A maior parte desses recursos (87%) foi aplicada diretamente pelas fundações ou institutos empresariais.

Fonte: BISC 2018

 

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Cultura tem investimento reduzido

Em 2017 os investimentos em cultura foram da ordem de R$ 400 milhões, o que equivale aos menores patamares observados nesta década. É nessa área que se destaca a relevância dos incentivos fiscais: eles representaram 74% do total investido pelo grupo.

Fonte: BISC 2018

 

 Preenchendo o questionário do BISC já percebemos muitos pontos que podemos melhorar. Com o relatório, temos o raio-x de como são os nossos investimentos. 

 Laura, analista do Instituto Neoenergia 

Distribuição mais uniforme

Nas primeiras edições da pesquisa, as regiões mais desenvolvidas do país absorviam mais da metade dos recursos (52%) investidos pelas empresas do grupo. Já em 2017, o percentual dos investimentos destinados para as regiões Sul e Sudeste se equiparou àquele destinado para o Norte e o Nordeste.

Fonte: BISC 2018

 

Na contramão da tendência, voluntariado sobre recuo

No último dia 5, foi Dia Internacional do Voluntariado, e o BISC trouxe dados sobre o assunto que surpreenderam, pois, contrariando a tendência de fortalecimento dos programas de voluntariado, observada nas últimas edições da pesquisa, em 2017 o trabalho voluntário sofreu um significativo recuo. O volume de recursos investidos em programas de voluntariado, em 2017, foi na casa de R$ 10 milhões, uma queda de 19% em relação a 2016.

 O BISC tem uma importância muito estratégica não somente para a Vale, mas também para todas as empresas, por que é um orientador, que nos possibilita tanto olhar e avaliar melhor os resultados, mas também nos dá estratégia para planejar o futuro. Além da troca entre a rede BISC, que é vital para que a gente potencialize os nossos investimentos e ganhe a escala necessária que o país demanda. 

 Andreia Rabetim, gerente de Parcerias Intersetoriais da Fundação Vale 

Articulação com poder público mantém padrão

Nos primeiros anos da pesquisa, mais de 80% das empresas se articulavam com organizações públicas para desenvolver os seus projetos sociais. Atualmente, esse percentual caiu para 75%. A conjuntura política do país e a nova regulação das parcerias explicam, em parte, tal resultado.

Fonte: BISC 2018

 

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Apresentação de cases sociais

Pela primeira vez, o BISC convidou executivos sociais de diversas organizações parceiras para apresentar projetos voltados do campo social, afim de estimular o compartilhamento de experiências e desafios.

A inserção dos investimentos sociais na Política de Sustentabilidade das empresas

A primeira roda de apresentação, contou com a participação de Paulo Boneff, gerente do Instituto Gerdau; Renata Biselli, gerente de Investimento Social do Santander; e Odair Barros, gerente de Estratégia e Gestão da Fundação Telefônica.

Gerdau

Há, atualmente, investimentos sociais da Gerdau em 400 projetos. A Gerdau definiu, agora, o empreendedorismo como o principal mote de seus investimentos sociais corporativos. A ideia é buscar maneiras de dar maior escala e continuidade aos impactos que pretendem promover, com essa parceria mais ampla, mais voltada à sociedade civil e à própria iniciativa privada. Com a Artemisia, por exemplo, a Gerdau criou o projeto Lab Habitação, e convidou empresas como Vedacity, Eternity e Tigre para participar. A ideia é promover inovação dentro deste setor – a empresa notou que há poucos projetos voltados a transformação a habitação no Brasil.

Santander

O Santander tem um programa voltado a ajudar correntistas fazer investimentos sociais por incentivo fiscal. Eles chamam de “civismo tributário”: muitos clientes, PJ principalmente, não usam incentivos fiscais por medo da hora da declaração ou total horror à burocracia. O Santander, então, faz essa parte para os clientes. Esse tipo de serviço não é cobrado e a ideia é estender o projeto também para não correntistas.

Fundação Telefônica (Vivo)

A Telefônica tem o maior programa de voluntariado corporativo o Brasil – são 12.000 pessoas até agora, neste ano. No próximo ano, deve chegar a 15.000 voluntários, envolvidos em ao menos uma atividade. Além disso, direciona investimentos sociais a mais de 100.000 escolas públicas, com um programa voltado à formação de professores e ao fomento à inovação tecnológica no ensino. Já beneficiou mais de 1 milhão de pessoas.

A atuação das empresas no território

Para a segunda roda, os convidados foram Andreia Rabetim, gerente de Parcerias Intersetoriais da Fundação Vale; José Lourival Magri, gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Engie; e Rafael Gioielli, gerente geral do Instituto Votorantim.

Fundação Vale

A Vale tem buscado formas de deixar legados quando projetos de mineração acabam. Geralmente, os investimentos sociais são altos no início do projeto, mas naturalmente se reduzem até o fim, ao entrar no estágio de manutenção, e depois acabam. É o que ocorre no modelo tradicional, em que a empresa a tende perguntar demandas da prefeitura e investe nelas diretamente. Para mudar esse cenário, a Vale vem aplicando o que chama de Parceria Social Público-Privada, que envolve unir setor público, sociedade civil e setor privado.

Engie

A Engie apresentou o projeto Sistema Agroflorestal Cambona 4, desenvolvido na região da Usina Hidrelétrica Machadinho. A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Consórcio Machadinho, a Tractebel Energia e a Associação dos Produtores de Erva Mate de Machadinho (Apromate), o projeto consiste no melhoramento genético da erva-mate, plantada em consórcio com espécies nativas. A geração de um produto mais suave atendeu ao mercado consumidor e a nova variedade ajudou a gerar emprego e aumentar a renda de agricultores familiares de mais de 100 municípios do Sul do Brasil.

Instituto Votorantim

O foco dos investimentos sociais corporativos da Votorantim é fortalecer instituições públicas e privadas das localidades onde a empresa atua, como forma de atingir as demandas reais da população (funcionários inclusive) e, também, garantir continuidade. Em educação, por exemplo, em vez de projetos diretos, a Votorantim trabalha junto com a prefeitura.

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O alinhamento dos investimentos sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Já para terceira e última roda de apresentação, participaram Ana Tacite, gerente de Programas Sociais do Instituto Coca-Cola; e Laura Baiè, analista do Instituto Neoenergia.

Instituto Coca-Cola

Em relação ao alinhamento dos investimentos sociais corporativos aos ODS, as prioridades dos investimentos da Coca-cola são água e juventude. O problema da empresa era tentar descer essa mentalidade para a rede de fabricantes e de parceiros. A Coca realizou uma série de workshops para pulverizar esse alinhamento à ONU e explicar, de uma forma mais direta e clara, o que isso significa exatamente – e que tipo de ações se espera da cadeia para que a Coca alcance os objetivos.

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Neoenergia

A Neoenergia tem prioridade em clima e energia limpa, dentro dos ODS. Para isso a empresa desenvolveu uma espécie de centro de inovação, para promover os projetos, e estão criando o Instituto Neoenergia para atuar no Brasil e canalizar os investimentos sociais.

 


 

Clique aqui e confira a apresentação com os dados do BISC.

 

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