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Comunitas participa de debate sobre a criação de fundos emergenciais

Ao longo do encontro, os participantes discutiram estratégias para apoio emergencial a comunidades vulneráveis e como fundos emergenciais e as FICs podem exercer papel estratégico nas ações de resposta e recuperação

Crédito da Imagem: Acervo Comunitas

Na tarde de ontem (05), a Comunitas participou do evento de lançamento do “Guia Transformando Territórios”, uma publicação digital do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS). O material compila quatro anos de experiência do Programa Transformando Territórios (TT), que promove, fortalece e apoia o desenvolvimento das Fundações e Institutos Comunitários (FICs) no Brasil. O lançamento reuniu membros da Rede BISC, da Comunitas, líderes de 15 FICs e representantes do Programa Transformando Territórios.

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Junto a este lançamento, o encontro contou com uma mesa-redonda sobre o tema “Fundos Emergenciais – abordagens, tendências e a importância das FICs”, que contou com a participação do Coordenador do BISC, João Morais. O debate destacou estratégias e a relevância dessas iniciativas frente aos cenários emergenciais no Brasil. Além disso, foram exploradas as melhores práticas, perspectivas e o papel essencial das FICs nesse contexto. e 

Além de Morais, participaram do painel o Gerente de Projetos de Consultoria e Impacto no IDIS, Felipe Groba; o Diretor na Associação Nossa Cidade, Eduardo Cetlin, que atua na região de Brumadinho (MG); a Coordenadora Geral na Fundação Gerações, Karine Ruy, que atua no Rio Grande do Sul; e a Coordenadora de Programas do Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICOM), Júlia Wildner.

Ideia central do debate

A crise climática intensifica eventos extremos, como secas, inundações e incêndios, impactando milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Comunidades vulneráveis são as mais atingidas, sofrendo com perdas humanas e materiais, deslocamentos forçados e insegurança. Neste contexto, os Fundos Emergenciais surgem como uma estratégia importante para atender às necessidades imediatas dessas populações e fortalecer a resiliência de seus territórios a longo prazo. 

No entanto, a criação e gestão desses fundos apresentam importantes desafios, como a necessidade de respostas rápidas, a complexidade das crises e a garantia de que os recursos sejam alocados de forma eficiente, transparente e equitativa.

Ao longo do debate, o grupo destacou o papel essencial desses fundos na resposta emergencial e no fortalecimento das comunidades. Também foi discutido como as FICs, ao longo dos anos, têm se preparado para atuar de forma ágil e eficiente em crises, criando estruturas e parcerias que possibilitam intervenções rápidas e de impacto. A ideia é que o planejamento dessas ações de emergência deve acontecer em períodos de calmaria, para que, no momento do desastre, a execução seja eficaz e direcionada, com foco em atender as demandas locais de maneira precisa.

Outro ponto importante levantado é a necessidade de fortalecer o comércio local e garantir a autonomia das famílias afetadas. Ao invés de depender exclusivamente de doações tradicionais, como cestas básicas, o modelo defendido sugere que as famílias devem ter liberdade para escolher como utilizar os recursos, incentivando o consumo em pequenos comércios locais. Esse tipo de abordagem não só promove uma recuperação mais abrangente das comunidades como também fomenta a economia local, criando um ciclo de benefícios mútuos.

Por fim, o debate abordou a existência de crises múltiplas e a necessidade de se definir o que é entendido por emergência na confecção de um fundo emergencial. Especificamente sobre desastres climáticos, foi comentada a dificuldade de atuar em regiões atingidas com frequência e a necessidade que os fundos comunitários estejam preparados para atuar com agilidade, aproveitando o conhecimento acumulado ao longo dos anos e as redes já estabelecidas nos territórios.

Atuação do BISC 

Ao longo do encontro, Morais apontou que o BISC tem trabalhado intensamente na relação do investimento social corporativo com a urgência das mudanças climáticas, promovendo conexões e disseminando práticas que vêm mostrando efetividade no suporte das necessidades imediatas e também fortalecendo a resiliência das comunidades a longo prazo.

“No contexto das mudanças climáticas, existe uma tendência de orientar toda a agenda do investimento social a partir de uma lente climática. Isso não significa mudar todo o foco do ISC para tratar de clima, mas atuar em educação, cultura e nas demais temáticas-foco do investimento social em comunidades expostas e vulneráveis à mudança climática”, salientou ele.

De acordo com Morais, houve uma ‘virada de chave’ dos investidores sociais. Se historicamente o BISC identificava que apenas cerca de 25% das empresas da rede destinavam recursos para ações emergenciais até 2020/2021, em 2022, esse número saltou para 77% e, em 2023, atingiu 85%. Junto com essa mudança, houve também a qualificação deste investimento e o reconhecimento de emergências e da causa climática como estratégica na agenda de ISC das empresas

Diante disso, o BISC lançará em breve o “Guia para o Enfrentamento às Emergências Climáticas: Estratégias de Colaboração Público e Privada”, identificando boas práticas em execução e a agenda de oportunidades para que o investimento social atue de forma sistêmica na agenda. 

Sobre o Programa Transformando Territórios

O Programa Transformando Territórios, uma iniciativa do IDIS em parceria com a Charles Stewart Mott Foundation, uma fundação filantrópica privada dos Estados Unidos dedicada à promoção de uma sociedade justa, equitativa e sustentável. O objetivo deste programa é fortalecer o ecossistema do investimento social no Brasil por meio de suporte técnico, institucional e financeiro para a criação, desenvolvimento e consolidação de FICs em diversas regiões do país, promovendo assim um impacto positivo nas comunidades locais e contribuindo para o fortalecimento da sociedade civil.

As FICs, por sua vez, são organizações que atuam localmente, financiando projetos e iniciativas sociais que visam atender às demandas e prioridades específicas de suas comunidades. Ao fortalecer essas fundações locais, o Programa Transformando Territórios contribui para o desenvolvimento de soluções mais eficazes e sustentáveis para os desafios regionais, promovendo a autonomia e o protagonismo das comunidades na busca por um futuro mais justo e equitativo.

No Brasil, são 15 FICs distribuídas em 7 estados de diversas regiões do país. 

Fique ligado! O “Guia para o Enfrentamento às Emergências Climáticas: Estratégias de Colaboração Público e Privada” chega em breve e você já pode se cadastrar para baixar o material gratuitamente!

 

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