A Comunitas realizou, nesta quinta-feira (28/05), o 2º Encontro do Grupo de Debates BISC. Formado por executivos sociais de institutos e empresas de grande porte, o grupo foi constituído com o objetivo de aprimorar a condução dos investimentos sociais no Brasil, a partir da reflexão dos resultados captados na última pesquisa BISC, lançada no início deste ano.
“O BISC traz informações muito importantes sobre o perfil do investimento social corporativo, suas tendências, evoluções. Percebemos que as empresas sentiam falta de debater coletivamente os resultados encontrados e de realizar um intercâmbio de suas experiências”, afirmou a coordenadora do BISC, Anna Peliano.
O encontro foi dividido em duas partes. Pela manhã, a primeira roda de conversa focou as discussões em torno das implicações do alinhamento dos investimentos sociais corporativos aos negócios e, na parte da tarde, os requisitos para o sucesso das parcerias com organizações com ou sem fins lucrativos, públicas e privadas.
Investimento social
A tendência de alinhamento dos investimentos sociais aos negócios foi amplamente confirmada pelos participantes e o entendimento é que ele é possível e desejado. No entanto, destacou-se que esse alinhamento tende a adquirir contornos bastante diferenciados em função do setor de atividade econômica e do perfil das empresas. Ao longo dos debates, buscou-se identificar os critérios utilizados pelas empresas para diferenciar os investimentos sociais alinhados dos demais.
Ao contrário da filantropia, que não prevê retorno na doação realizada, o alinhamento envolve um planejamento direcionado para objetivos específicos como, por exemplo, adequar as atividades sociais ao core business da empresa, promover melhoria no ambiente de negócios, para a obtenção da licença social para operar ou mesmo para gerar, no futuro, negócios sociais.
Próximo ao investimento social, o negócio social tem como pressuposto a intencionalidade de garantir um retorno econômico, de ser autossustentável, de produzir impactos a longo prazo e de cuidar dos impactos ambientais gerados pelas atividades desenvolvidas.
“Estamos buscando alinhar o entendimento do grupo sobre essas questões para podermos aprofundar a análise do tema na pesquisa BISC”, disse Peliano. Na próxima reunião o grupo vai refletir sobre o papel das empresas e da sociedade no enfrentamento dos problemas sociais.
Parcerias
Na segunda parte do encontro, foram discutidas estratégias que possibilitam o sucesso de parcerias firmadas pelas empresas com organizações governamentais e não governamentais. Foram definidos pelo grupo de debates 25 indicadores para acompanhar e mensurar adequadamente o sucesso das parcerias.
Os indicadores foram classificados dentro de cinco requisitos a serem tomados como referência: uma boa estratégia de seleção de parceiros; a interação entre eles; a elaboração de bons projetos; o acompanhamento, controle e avaliação do trabalho realizado conjuntamente; e o estabelecimento de uma estratégia adequada de financiamento.
No próximo encontro, os executivos sociais farão uma avaliação sobre a efetividade dos requisitos e indicadores estabelecidos.
BISC
O BISC – Benchmarking do Investimento Social Corporativo – é uma pesquisa que busca dimensionar todos os recursos financeiros, em bens e serviços, aplicados por empresas privadas em projetos e atividades de interesse social.
A pesquisa é realizada pela Comunitas, organização da sociedade civil que tem como objetivo estimular o engajamento da sociedade e dos setores público e privado no desenvolvimento do país.
Para que os resultados da pesquisa BISC 2014 possam ser melhor explorados, a Comunitas propôs que o Grupo de Trabalho se reúna periodicamente ao longo do ano de 2015. O objetivo é explorar e aprofundar a reflexão sobre temas selecionados pelas próprias empresas parceiras e colher subsídios para aprimorar a condução dos investimentos sociais do grupo.