Com arrecadação reduzida, prefeituras brasileiras cancelam ou cortam gastos de investimentos na festividade. Momento é de cooperação entre gestão pública, sociedade e setor privado.
Para enfrentar a crise econômica que assola o país, as prefeituras estão cancelando ou reduzindo gastos com a folia carnavalesca, buscando manter a austeridade fiscal e equilíbrio das contas públicas. Algumas das alternativas dos municípios para preservar a festa, é a busca por patrocinadores para financiar os custos, mantendo a alegria dos foliões, sem inchar o orçamento público.
Situação em cidades da rede Juntos
Em Curitiba, a prefeitura anunciou o corte de metade dos repasses para a realização do carnaval. A decisão afeta o sistema de disputa do carnaval da cidade: não haverá concurso de escola de samba campeã, vice, nem definição de grupo de especial e de acesso. Também não haverá investimento público para a realização do tradicional pré-carnaval e do Curitiba Rock Carnival.
Já em Campinas, o corte será por completo. Com investimento base de no mínimo de R$ 1 milhão, que engloba infraestrutura e repasse para escolas de samba, a prefeitura da cidade informou que não terá condições de patrocinar a festa. Alguns blocos tradicionais da cidade desfilarão custeados por patrocínios privados e venda de blocos.
A Prefeitura de Teresina anunciou o cancelamento do repasse para as escolas de samba, e irá priorizar o carnaval de rua da cidade, como forma de facilitar o acesso da população à folia.
Cooperação
A justificativa das prefeituras para o corte de gastos é a crise econômica brasileira. O objetivo é que os valores economizados sejam redirecionados para áreas consideradas prioritárias, como saúde, educação e moradia. Porém, para manter a festa para a população, algumas administrações estão buscando o patrocínio de iniciativas privadas.
Em Salvador, por exemplo, a ordem é o corte de 10% nos gastos do carnaval, considerado um dos maiores do mundo. Em 2017, os custos da festa serão de R$ 50 milhões de reais, mesmo valor do ano passado. Contudo, a prefeitura deve arcar com menos da metade dos recursos – somente a parte inerente aos serviços públicos. O restante do investimento será por meio de patrocínio da iniciativa privada.
*Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS