Se você navegou pela internet nos últimos meses já deve ter se deparado com notícias falsas – geralmente conhecidas pelo termo em inglês “fake news”, que, volta ou outra, são compartilhadas inúmeras vezes em redes sociais, aplicativos de mensagens, e até em renomados jornais. Inclusive, há grande chance de você se deparar com uma notícia falsa compartilhada naquele grupo da sua família em aplicativos como o Whatsapp: segundo dados da PSafe, somente nos primeiros três meses de 2018 quase 9 milhões de brasileiros teriam sido impactados por notícias falsas.
Em geral são conteúdos polêmicos ou populares, que chamam atenção do público, criados com a intenção de enganar, e muitas vezes obter ganhos financeiros, com exposição de anúncios, ou político-social, com a manipulação de opinião pública. São matérias com grande apelo sentimental humano desde a manchete, o que faz o leitor mais desatento compartilhar sem nenhum tipo de cuidado. E não se engane: além de textos, vídeos e áudios também podem ser falsos.
Segundo especialistas, o termo “fake news” representa um momento mais profundo da sociedade, que passa por um fenômeno de desinformação, aprofundada pelo avanço tecnológico e o contexto brasileiro de polarização política, que produz extremos ideológicos e resulta em uma sociedade murada.
Para o professor Fábio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em entrevista para o jornal Zero Hora, a tendência é que os veículos caça-cliques, que têm uma orientação ideológica bem determinada, comecem a aparecer mais no feed de notícias que se identifica com essa orientação do que aqueles veículos que trazem informação que é correta, mas que desestrutura essa identidade previamente formada. Isso alimentaria o feed de notícias, que foi criado nessa estrutura.
“A verdade incomoda o status quo. Como não há notícia que incomoda, aquilo vira uma ilha da fantasia de pessoas que pensam igual. Cada vez que surgem publicações que estão associadas ao modo de pensamento da turma, o algoritmo é alimentado, e o algoritmo alimenta o feed. É um ciclo viciado”, explicou.
O melhor caminho para combater a desinformação é a educação e a checagem dos fatos.
Confira 5 passos para identificar uma fake news, evitando sua propagação
#1 Analise a fonte
Muitos sites são criados apenas com a finalidade de propagar notícias falsas. Sendo assim, sempre analise a fonte da notícia, verifique demais publicações do site e procure os responsáveis pelo canal e sua reputação. Melhor ainda: acompanhe se a notícia saiu em outros veículos de confiança. Não esqueça de ver, também, a data de publicação da matéria.
#2 Leia a matéria completa
Antes de compartilhar a notícia, leia a matéria completa. Isso é importante pois muitos sites usam manchetes sensacionalistas com o intuito de obter mais acesso. Notícias com títulos exagerados tem um alto potencial de serem falsas, além de possuir a manchete com conteúdo diferente da matéria.
#3 Preste atenção à URL (endereço) do site
No ímpeto do apelo sentimental gerado pelas notícias falsas, o público muitas vezes não checa a veracidade dos fatos. Mas uma boa dica é olhar a URL (endereço) do site em questão, pois muitas vezes são criados portais falsos com endereço semelhantes à grandes veículos tradicionais.
#4 Pesquise a notícia em sites de busca
Antes de ficar chocado e compartilhar um conteúdo de origem duvidosa, pesquise em site de buscas – como o Google – se outros portais estão veiculando a notícia.
#5 Analise suas tendências
Por mais que o leitor possua suas crenças, analise se suas opiniões estão influenciando ou não o julgamento do que uma notícia falsa.
*Bônus
O Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Geral lançou o projeto Eleições sem Fake, uma série de sistemas que visam trazer transparência para o espaço midiático, como o monitoramento de comportamentos suspeitos em redes sociais e a comparação de notícias de um mesmo tema foram tratadas em jornais diferentes.
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