Área de atuação da Comunitas, a instituição teve participação importante no evento para apontar ações e melhorias já conquistadas através da parceria entre os setores público e privado.
Na tarde de terça (28/09), aconteceu um painel online para discutir os caminhos e propostas da governança compartilhada. O tema tem se tornado cada vez mais relevante devido à agilidade com que a parceria entre os setores público e privado pode trazer melhorias para a sociedade. Esse é o terceiro encontro, promovido uma vez ao mês pela Fundação Dom Cabral (FDC), e o tema foi escolhido devido à demanda do corpo escolar da FDC – o que mostra o interesse da sociedade a respeito da questão.
Regina Esteves, presidente da Comunitas, abriu sua fala detalhando as ações que a organização já conseguiu realizar, através da governança compartilhada, que trouxe mais eficiência aos investimentos públicos e mais qualidade de vida para a população de várias cidades. De acordo com Regina, a pandemia trouxe uma reflexão importante da urgência de desburocratizar a articulação entre os dois setores, para trazer mais agilidade às mudanças sociais.
Logo no começo da crise sanitária que assolou o mundo em 2020, Esteves afirmou que, embora o setor privado estivesse disposto a agir e ajudar, não adiantava desenvolverem projetos para o setor público, já que as propostas iriam esbarrar na lentidão dos órgãos municipais e estaduais, mas que agilizaria muito mais o processo se ambos os setores criassem as ações em colaboração. Através da parceria, foi possível trazer respiradores para os hospitais, bem como redirecionar alguns investimentos do estado, a exemplo do Renda Merenda.
O programa social fez uma transferência de renda direta para as famílias mais vulneráveis durante a pandemia apenas por mudar o simples expediente de reinvestir o custo com merendas escolares, visto que as escolas estariam fechadas. Dessa forma, cerca de 75 mil famílias receberam um impulso extra de rendas recebidas através de programas sociais. Em São Paulo, por exemplo, as famílias foram contempladas com quatro parcelas no ano de 2020. A iniciativa foi repetida em outros estados, como Minas Gerais.
Outra iniciativa que foi realizada através da parceria é a Fábrica de Vacinas. Obra totalmente financiada com recursos do setor privado, o empreendimento será concluído em breve e será doado para o Instituto Butantan. De uma forma bem simples, os patrocinadores do novo centro de vacinas ficarão a cargo da administração da empresa, enquanto que o renomado centro de pesquisas de SP entraria com a expertise científica.
“A gente acredita nessa mudança de forma mais estruturante se realmente a parceria público-privado avançar de uma maneira rápida, de uma maneira mais institucional, principalmente pelo lado do parceiro público”, defendeu Esteves.
Seguindo a mesma linha de pensamento, o senador Antônio Anastasia, que participou do evento como representante da iniciativa pública, ressaltou que a cooperação entre o setor público e privado é muito importante para o desenvolvimento do país, mas fez uma ressalva. “É necessário ter muito cuidado com o texto que vai atentar para essa matéria, caso ela venha a ser inserida num texto constitucional, para evitar a precarização dos serviços públicos”.
Também participaram do evento os professores e coordenadores do projeto Diálogos, Renata Vilhena e Humberto Martins, o especialista em parcerias na educação e cientista político, Fernando Schuler, a advogada especialista em organizações da sociedade civil, Lais de Figueiredo Lopes, bem como os já citados Antônio Anastasia, senador, e Regina Esteves, da Comunitas.
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