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Governo de Porto Alegre apresenta nova plataforma para a reconstrução da cidade na COP 29

A ferramenta, que foi desenvolvida a partir da criação do Escritório de Gerenciamento de projetos apoiado pela Comunitas, oferece monitoramento em tempo real e organiza estratégias para reconstruir Porto Alegre, integrando dados climáticos, urbanos e financeiros

O secretário municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, participa da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), no Azerbaijão. Foto: SMAMUS/Divulgação/PMPA

Durante a 29ª Conferência Mundial do Clima (COP), o governo de Porto Alegre (RS) lançou a plataforma projetada para monitorar e orientar a reconstrução da cidade após as graves inundações que atingiram a capital gaúcha em maio deste ano. A ferramenta, que foi desenvolvida a partir do Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP) apoiado pela Comunitas, visa garantir que as ações de recuperação sejam realizadas com foco nas necessidades climáticas, urbanísticas e econômicas locais, otimizando os recursos e aumentando a segurança e confiança da população.

Confira aqui a plataforma!

O portal, apresentado a uma audiência global no último dia 12, é estruturado em cinco eixos estratégicos para a reconstrução de Porto Alegre: infraestrutura e equipamentos; adaptação climática; transformação urbana; habitação; e finanças. A plataforma reúne dados atualizados sobre obras de recuperação, melhorias no sistema de proteção contra cheias, iniciativas de adaptação climática, ações habitacionais para famílias afetadas e estudos de transformação urbana. Além disso, apresenta um painel detalhando os recursos financeiros necessários para a reconstrução da cidade.

“Sofremos, em maio, a maior tragédia climática da nossa história, uma inundação considerada uma das seis ameaças apontadas pelo nosso Plano de Ação Climática. Desde então, estamos empenhados na reconstrução, com um olhar de adaptação, de preparação da cidade para o futuro. Queremos mostrar aqui na COP que nosso aprendizado é da necessidade de preparar as cidades para os eventos climáticos extremos futuros. Isso demanda recursos financeiros, que estamos buscando aqui”, contou o secretário municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, que também coordena o Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre.

Ademais, a ferramenta representa um avanço no uso do geoprocessamento e da análise de dados geoespaciais para fornecer informações precisas, bem como faz a integração de dados de várias fontes e a visualização em mapas interativos.

Da esquerda para a direita, o Diretor de Projetos e Relações Governamentais da Comunitas, Thiago Milani, a Diretora de Projetos e Políticas de Sustentabilidade de Porto Alegre, Rovana Reale Bortolini, e o Secretário do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, na COP 29. Crédito da Imagem: Acervo Comunitas

Planejamento urbano e soluções habitacionais pós-enchente

De acordo com o portal, 30% de Porto Alegre foi inundado, afetando diretamente 160 mil pessoas e 45 mil empresas, com um impacto financeiro de R$ 12,3 bilhões. Para reconstrução, estima-se a necessidade de R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 570 milhões destinados à prevenção e adaptação climática, R$ 370 milhões para ações emergenciais e R$ 268 milhões para infraestrutura. Até o momento, o município já investiu R$ 366,2 milhões e recebeu R$ 172,8 milhões em recursos federais.

A seguir, confira as ações já realizadas e as iniciativas ainda em desenvolvimento para a reconstrução da cidade:

Infraestrutura – Entre os 195 equipamentos públicos afetados, incluindo escolas, postos de saúde, espaços culturais e áreas de lazer, 173 já foram reparados e estão funcionando, o que corresponde a 88%. Das estruturas mapeadas, 132 contam com projetos contratados para obras complementares, dos quais 63 estão em execução e 46 foram concluídas.

Adaptação climática – Este eixo é dividido em duas frentes. A primeira trata da recuperação do sistema de proteção contra cheias e abrange 114 obras, como reformas em casas de bombas, fechamento de comportas e reconstrução de diques. Paralelamente, a segunda frente conta com 30 ações previstas no Plano de Ação Climática de Porto Alegre, que buscam mitigar impactos e reduzir vulnerabilidades a eventos extremos, com iniciativas de curto, médio e longo prazo. Destas, 15 estão em andamento e seis foram contratadas, incluindo um estudo para estender o sistema de proteção à zona sul da cidade e a instalação de sensores e réguas linimétricas no Guaíba e arroios.

Transformação urbana – Este eixo conta com diversos projetos para aumentar a resiliência e sustentabilidade de Porto Alegre, concentrando-se em áreas afetadas por enchentes Ao todo, 56 ações foram mapeadas nas regiões das Ilhas, Sarandi, Centro, Quarto Distrito e outros núcleos. Essas iniciativas abrangem a revitalização de espaços públicos, criação de áreas verdes e melhorias na infraestrutura urbana, buscando mitigar os impactos das enchentes e fortalecer as condições urbanísticas dessas localidades.

Habitação – A gestão habitacional para os afetados pelas enchentes envolve múltiplas frentes. A prefeitura identificou 9.615 residências completamente atingidas, solicitando à União 4.683 novas moradias, das quais 1.364 famílias já foram selecionadas pelo governo federal. Além disso, foram mapeados 4.649 imóveis de até R$ 200 mil para aquisição imediata. Uma lei municipal incentivou novos empreendimentos de habitação social, resultando em 3.143 unidades com projetos aprovados e prontos para iniciar as obras.

*Com informações do governo de Porto Alegre

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