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ODS 11 | Iniciativa privada na construção de cidades sustentáveis

Para você, o que significa uma cidade boa para viver? Uma cidade que possua transporte rápido e de fácil acesso? Com amplas áreas verdes urbanas? Com sólido plano de gestão de resíduos? Saneamento básico estruturado para todos?

Chamado de “Cidades e Comunidades Sustentáveis”, o 11º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativa com foco na agenda socioambiental criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), veio, justamente, para dar visibilidade para esse assunto. Afinal, mais da metade da população mundial agora vive em áreas urbanas. Em 2050, esse número aumentará para 6,5 ​​bilhões de pessoas (dois terços de toda a humanidade). Isso sem mencionar a criação de 43 megacidades até 2030 – aquelas com populações de mais de 10 milhões de pessoas.

Uma cidade que adota e implementa iniciativas sustentáveis em âmbito econômico, social e ambiental é sinônimo de cidade sustentável. Porém, tornar um município mais limpo e agradável de se viver não é tarefa das mais fáceis. Mas também não é impossível: é necessário um gestor público que possua visão de longo prazo, que analise todos os impactos das políticas públicas, e, também, cidadãos dispostos a mudar o costume de vida, passando a compartilhar hábitos.

A iniciativa privada também tem sua parte de responsabilidade e deve cooperar e adotar as diretrizes dos ODS como um referencial para o planejamento interno e a gestão dos seus projetos sociais. E já estão fazendo: segundo o Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC), relatório liderado pela Comunitas que acompanha a atuação social de diversos conglomerados empresariais brasileiros, entre 2016 e 2017, mais do que dobrou o percentual de empresas que estão adotando as diretrizes dos ODS como um referencial para o planejamento e a gestão dos seus projetos sociais, passando de 24% para 50%.

Mas como a iniciativa privada e seus investimentos sociais corporativos podem ajudar?

Ainda segundo o BISC, cerca de 21% do total de investimento das empresas foram em áreas relacionadas ao desenvolvimento de cidades sustentáveis, como infraestrutura (12%), moradia (4%), geração de renda (4%), e desenvolvimento comunitário e/ou econômico (1%).

Na mobilidade urbana

Por exemplo, no quesito mobilidade urbana, o Itaú – uma das empresas integrantes do Grupo BISC, desenvolveu, há seis anos, um serviço de compartilhamento de bicicleta, o Bike Itaú.

Disponível em cinco cidades brasileiras, a iniciativa atua para fomentar o amadurecimento da cultura de integração das bicicletas ao modelo de transporte das cidades de forma conjunta com o poder público, iniciativa privada e sociedade.

Cuidado com o meio ambiente

Já a Gerdau, também parceira do BISC, por meio de novas tecnologias e ações de conscientização, vem investindo na diminuição da captação de água pelas usinas, e, atualmente, reaproveitam cerca de 97% da água utilizada no processo de produção do aço. Segundo a corporação, são realizados investimentos anuais em pesquisas e tecnologia para minimizar a emissão de partículas e CO2 na atmosfera, com as usinas dispondo de sistemas de despoeiramento, que captam com alta eficiência as partículas geradas durante o processo de produção do aço. Esse material filtrado é um coproduto aplicável em outros setores da economia.

Desenvolvimento territorial

Outra integrante do BISC, a Votorantim, por meio do seu Instituto, criou o Programa ReDes. A iniciativa tem o objetivo de estimular o desenvolvimento sustentável, fornecendo apoio técnico e financeiro para o fortalecimento de cadeias produtivas inclusivas capazes de gerar renda. Sua atuação é voltada às localidades com baixos indicadores econômicos e alta vulnerabilidade social inseridas na área de influência das empresas investidas da Votorantim.

“A empresa faz parte de uma comunidade, que nos recebe e nos acolhe, e com quem a gente quer desenvolver uma relação forte e de longo prazo, com ganhos mútuos. Investir no desenvolvimento das localidades em que operamos é fundamental, porque entendemos que a empresa será mais bem-sucedida a medida em que essa comunidade for mais desenvolvida e vice-versa”, explicou Rafael Giorelli, gerente geral do Instituto Votorantim, durante entrevista concedida para a Comunitas.

Leia mais: Gerente geral do Instituto Votorantim aborda investimento social corporativo para desenvolvimento territorial

Construção de cidades inteligentes

Porém, acima de tudo, é fundamental que a gestão pública assuma a responsabilidade no desenvolvimento de cidades sustentáveis. Como, por exemplo, a Prefeitura de Curitiba, que, por meio da parceria com o Programa Juntos (iniciativa liderada pela Comunitas) e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), estruturou o ‘Curitiba 2035’, projeto que mobiliza e engaja a sociedade para a construção de diretrizes de longo prazo, que deverão nortear as políticas de desenvolvimento urbano do município nos próximos 20 anos.

Em maio de 2018, foi apresentada a publicação que sistematiza as ações de curto, médio e longo prazo, definidas para o Curitiba 2035, cocriadas entre diferentes órgãos da sociedade, após inúmeras reuniões. A publicação servirá de guia no caminho a ser percorrido para a concretização do futuro desejado para a cidade.

Leia mais: Com apoio da Comunitas, ‘Curitiba 2035’ apresenta metas para o desenvolvimento sustentável

 


 

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