Está no artigo 196 da Constituição Federal: Saúde é direito fundamental de todos os brasileiros e dever do Estado. Porém, a verdade é que metade (55%) dos próprios usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) consideram o serviço ruim ou péssimo, segundo pesquisa do Datafolha encomendada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), divulgada em 2018.
A insatisfação da sociedade demonstra que o país ainda enfrenta sérios desafios para oferecer qualidade nos serviços públicos de saúde. E para auxiliar na superação desses obstáculos, diversas empresas estão abraçando o terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) – denominado “Saúde e Bem-Estar”, que visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para cada ser humano, em todas as idades.
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Segundo o Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) – pesquisa anual liderada pela Comunitas, as empresas brasileiras investiram R$ 2,4 bilhões em projetos sociais, em 2016. Parte desse valor foi voltado para a saúde, principalmente por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD) e o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (PRONON).
Parcerias na saúde pública municipal
Mas existem empresas que decidem trabalhar com a saúde de forma mais próxima das administrações municipais. É o caso da coalização de líderes empresariais que integram o Programa Juntos, iniciativa também desenvolvida pela Comunitas.
Em parceria com a prefeitura mineira de Juiz de Fora, por exemplo, o Juntos busca minimizar os impactos de judicialização da saúde, que se refere às tentativas da população de “furar” as filas de espera do Sistema Único de Saúde (SUS) e obter medicamentos de alto custo, cirurgias ou internações fazendo pedido diretamente ao judiciário.
A ação consiste em avaliar a série histórica e do fluxo de processos judiciais enfrentados pela municipalidade na área da saúde para identificar oportunidades de racionalização e redução dos seus impactos, com ações tanto preventivas (envolvendo a população), como na fase de execução das decisões judiciais.
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Já com a Prefeitura de Santos (SP), o Programa Juntos atuou no desenvolvimento da Escola de Mães, iniciativa que contribuiu para a redução da mortalidade infantil na cidade para níveis históricos, caindo de 13,69, em 2014, para 7,9, até abril de 2017 – o menor índice da história da cidade.
Cocriada entre os servidores e a população, o espaço oferece às recentes e futuras mamães amparo humanizado e personalizado, com atividades gratuitas para acolhimento e auxílio às gestantes com cuidados durante o pré-natal e as mamães de crianças de até 1 ano, transformando-se em uma ferramenta para redução da mortalidade infantil na cidade.
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Os resultados deram para a Escola de Mães um dos principais prêmios de design de produtos e serviços no mundo, o internacional Core77 Design Awards. A iniciativa venceu duas premiações: na categoria “Design pelo Impacto Social” e no “Voto Popular”, concorrendo com outras 13 iniciativas selecionadas pelos juízes.
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