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Para debater educação pública, Comunitas reúne secretários municipais e especialistas

Secretários municipais de educação de nove cidades integrantes do Programa Juntos reuniram-se com especialistas na última semana para debater e compartilhar experiências na área.

Educação pública de qualidade. Com esse objetivo, a Comunitas promoveu, em sua sede, o Encontro Rede Juntos de Secretários Municipais de Educação, na última terça-feira (11). O intuito da reunião é criar um espaço de troca de experiências entre os gestores integrantes do Programa Juntos, com foco no aprimoramento da educação pública municipal.

Participaram do encontro Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas, Claudia Costin, ex-ministra da Administração e Reforma do Estado e atual professora da FGV, Alexandre Schneider, secretário de educação paulistano, além de secretários de Campinas, Curitiba, Pelotas, Porto Alegre, Santos, Caruaru, Paraty e Teresina, e também representantes da Fundação Lemann, Instituto Votorantim, ZHouse e Canal Futura.

Desafios para as lideranças municipais

Mesmo com a educação brasileira em situação vulnerável, atualmente – em 2016, o país se manteve nas últimas colocações nos resultados do Pisa, mais importante exame educacional do mundo – para Alexandre Schneider é fundamental compreender e diferenciar o que é urgente, como o cenário de escassez de recursos, desafio comum à administração pública, do que é estruturante, exemplificado com a busca pela transparência, relacionamento com a comunidade escolar e foco na primeira infância.

“Os desafios do líder quanto à gestão educacional devem ser a visualização do cenário para além das emergências, as enxergando como oportunidades para reformar a Educação, preparando a rede para o século 21; alteração das demandas por competências para competências interpessoais, como as socioemocionais; além de estruturar o novo papel do professor, passando de fornecedor de aulas para assegurador da aprendizagem”, completa Claudia Costin.

Para Maria Sílvia Winkeler, secretária municipal de Educação de Curitiba, uma das principais missões do poder público é engajar o professor na sala de aula, pois as dificuldades levam à desmotivação no ensino.

Na reunião, os secretários concordam que é necessário melhor planejamento da quantidade e qualidade da carga horária em sala, com o aumento da hora-aula, focando na absorção de conteúdos pela criança. Também é essencial revisar a formação dos professores nas universidades, aprimorando sua prática em sala, pois são os principais agentes de transformação.

Gerente geral do Futura, canal de televisão educativo brasileiro, João Alegria enxerga o educador como uma figura de destaque no processo. Segundo ele, pelo seu conteúdo de caráter pedagógico, o Futura transformou-se em um instrumento de apoio ao professor. Dessa maneira, é uma preocupação do canal criar metodologias de transmissão de conteúdo que auxiliem nas trajetórias formativas do educador.

“Creio que muito já se foi feito nos variados aspectos que envolvem a pauta da educação, mas se não houver uma preocupação específica com o ambiente da sala de aula, pouca mudança haverá a partir de qualquer intervenção que se tente”, conclui Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann.

Para Schneider, o sistema educacional está baseado em crenças, não em evidências, o que causa resultados insatisfatórios. Segundo o secretário, as iniciativas desenvolvidas podem sofrer oposição, mas se construídas pensando no bem-estar das crianças, os resultados esperados serão alcançados.

“Debater educação é importante tanto em relação à mobilização dos pais e dos agentes educacionais, quanto para melhor comunicar os resultados e a forma de se fazer gestão educacional nos municípios. Acredito que esse seja o primeiro de muitos encontros, visando a melhoria da educação para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável e com justiça social”, finaliza Regina Esteves.

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