O Destaque da maior pesquisa sobre investimento social corporativo está no ar. Clique aqui e faça o download.
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Fotos: Mariana Lima
O destaque da tarde de hoje (01) foi o lançamento do Benchmarking de Investimento Social Corporativo (BISC) 2017. A maior pesquisa sobre investimento social corporativo, produzida anualmente pela Comunitas, completou uma década e convidou respeitáveis nomes da área para debater os dados e perspectivas para o horizonte dos investimentos privados, firmando o compromisso de transformar sua história em um legado para os próximos anos, ao olhar para trás para ajudar a pensar o futuro.
“Há dez anos o BISC é a prova de que estamos no caminho certo. Não podemos falar de melhoria do país e de aprimoramento dos serviços, sem pensar em avançar com os investimentos sociais corporativos”
Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas
Foco, critérios, escala, diálogo, participação, inovação, parcerias, profissionalização e resultados: essas foram as palavras que direcionaram as áreas de sustentabilidade corporativa do grupo BISC nos últimos 10 anos.
“Quando conversamos com os líderes empresariais, eles nos revelam que antes queria ser filantropos, mas hoje quer ser mais transformadores e contribuir para mudanças de longo prazo no país. É para isso que existe o BISC” Anna Peliano, coordenadora da pesquisa BISC. Com um universo pesquisado que abrangeu grupo selecionado de 268 empresas e 18 institutos e fundações empresariais, a pesquisa BISC busca dimensionar todos os recursos, financeiros e em bens e serviços, aplicados pelas empresas em projetos e atividades de interesse social.
“Estamos desenvolvendo diversos projetos na área de qualificação dos investimentos sociais privados. E vendo vocês que estão no caminho há mais tempo que nós, percebemos que estamos no caminho certo”
Grácia Elisabeth Fragalá, diretora titular do Comitê de Responsabilidade Social da FIESP e vice-presidente do Conselho Superior de Responsabilidade Social da FIESP
Espaço para debates
Abordando o investimento social corporativo em tempos de sustentabilidade, foi convidada Cristiane Mano, editora da revista EXAME e coordenadora do Guia Exame de Sustentabilidade. “Atualmente, as empresas não fazem investimentos somente por pressão social, mas também porque investir na causa social com alinhamento aos negócios acaba gerando ainda mais oportunidades de negócio”, explicou.
Na mesa que reuniu a coordenadora do BISC, Anna Peliano; a professora da Faculdade de Economia e Administração da USP e conselheira da Comunitas, Rosa Maria Fischer; a professora do Curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, Patrícia Mendonça; a gestora de projetos e Coordenadora da Linha de Pesquisa e Publicação do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da FGV-EAESP; Lívia Pagotto; e o professor e pesquisador na FGV-SP, Fernando do Amaral Nogueira, o tema foi a análise, os desafios e tendências do investimento social corporativo brasileiro, com base nos dados do BISC 2017.
“Infelizmente o Brasil ainda não é o local mais rico de dados, mesmo tendo algumas organizações que atuam nesse campo. Então, ter uma entidade como a Comunitas que se dedica a fazer uma pesquisa todo ano com a qualidade cientifica, teórica e metodológica, à exemplo do BISC, é incrível. Eu, que uso os dados da pesquisa em sala de aula, tento levar para meus alunos uma realidade onde ele é cidadão atuante, capaz de assumir o compromisso com a transformação social”, acredita Rosa Maria Fischer.
“A produção de conhecimento sobre investimento social no Brasil tem atuação muito forte do conhecimento que vem mais da prática, por esse motivo a importância de análises como a pesquisa BISC”
Fernando do Amaral Nogueira
Durante o debate, os temas mais tocados foram a análise das práticas realizadas pelas empresas, para que tenham mais embasamento para as próximas ações. Segundo os participantes, é necessário promover uma mudança na cultura empresarial, incluindo a responsabilidade na estrutura das corporações, dando informações para que invistam de forma mais segura.
“Temos muitos dados sobre as práticas que podem e devem gerar reflexões críticas nos investidores sociais quanto ao seu papel transformador”
Lívia Pagotto
A importância da participação social também esteve presente no debate. Para Patrícia Mendonça é preciso reforçar a questão participativa e mais aberta da produção de dados sobre os investimentos sociais, tornando as organizações mais representativas e que contribuam mais para democracia. Segundo ela, “o público é muito além do estatal, a sociedade também constrói os bens e as questões públicas.
“Temos que olhar para a frente e ser prospectivos, apoiados nessas histórias do passado e no que conseguimos aprender. Mas eu acho que está na hora de sermos mais audaciosos, seja no momento de fazer o trabalho integrado da pesquisa, de sensibilizar as empresas, de aproximar as organizações da sociedade civil, não somente para nos fornecer as informações de análise, mas para nos ajudar a tomar decisões. Essa atuação em rede é uma das soluções para a melhora do país”, disse Rosa Maria Fisher sobre os 10 anos do BISC.
Resultados
E por falar em dados, apesar do impacto da recessão, que ocasionou uma queda de 19% no volume de recursos investidos em 2016, a última década registrou uma tendência positiva de crescimento. A média anual dos valores investidos pelo grupo BISC, no período de 2007-2011, foi de R$ 2,3 bilhões; nos últimos cinco anos essa média subiu para R$ 2,8 bilhões/ano.
Isso demonstra a assimilação por parte das empresas pertencentes ao grupo BISC quanto ao seu papel no desenvolvimento, social e econômico, do país.
Empresas x Institutos
Mas, diferentemente dos investimentos empresariais, os investimentos sociais realizados diretamente pelos institutos e/ou fundações privadas sofreram menos oscilações ao longo dos anos. Entre 2015 e 2016, observou-se, inclusive, uma pequena elevação nos recursos investidos por essas organizações (2%), mesmo com um cenário econômico instável.
Nos padrões internacionais
Em seis dos dez últimos anos, o padrão brasileiro de investimento social esteve na frente ou empatado com o CECP. Todavia, em 2016, ele ficou abaixo: 0,66% contra 0,91%, respectivamente.
Parceiro na pesquisa BISC, o CECP é uma coalizão formada por CEOs que acreditam que a estratégia social de uma empresa determina o sucesso da mesma, e reúne mais de 200 das maiores empresas do mundo.
Fonte dos recursos
Os dados confirmam que os investimentos sociais no Brasil são financiados basicamente por recursos próprios. Mas acerca dos incentivos fiscais, os relacionais à cultura são tradicionalmente os mais utilizados pelas empresas e efetivamente estimulam sua atuação na área, embora venham perdendo espaço para outros incentivos no campo social.
Cabe registrar, no entanto, que tal retração tem sido compensada pela alocação de recursos não incentivados no financiamento dos projetos culturais: em 2010, os recursos próprios das empresas correspondiam a apenas 17% do total destinado para essa área e, em 2016, esse percentual subiu para 54%.
Ou seja, os incentivos fiscais são importantes, mas não são a principal fonte de financiamento de iniciativas sociais.
Educação em 1º lugar
O grupo BISC acredita que na educação está a chave do desenvolvimento do país. Por esse motivo, é a principal área de investimento.
Em 2016, as empresas investiram R$ 926 milhões em projetos educacionais. Observando a evolução dos recursos investidos ao longo dos últimos anos, verifica-se uma tendência de crescimento até 2014, seguida de uma queda de 12% na área de educação, cujos investimentos continuam sendo duas vezes maiores do que os culturais.
Benefícios das relações público-privadas no campo social superam as expectativas
Um dos dados de destaque do BISC é acerca da aproximação dos investimentos sociais corporativos às políticas públicas governamentais. Comparando os motivos que mobilizavam as parcerias público-privadas em 2010, com os benefícios percebidos em 2016, observa-se que esse trabalho conjunto superou as expectativas. Atualmente, por exemplo, dois terços das empresas consideram que a aproximação com as políticas públicas amplia a visibilidade dos seus investimentos sociais e melhoram a sua qualidade. Anos atrás, poucas delas apostavam nessas vantagens.
Acreditando nessa parceria que em 2012 surgiu o programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, que, liderado pela Comunitas, visa a geração de impacto sistêmico a partir da qualificação dos investimentos sociais corporativos e da atuação em parcerias com administrações municipais.
Entenda a trajetória BISC nos seus 10 anos.
Confira o vídeo produzido pelo CECP, parceiro da Comunitas, que realiza uma comparação entre os investimentos sociais corporativos brasileiros e os internacionais.
Clique aqui e faça o download da pesquisa BISC 10 ANOS.
Clique aqui e confira a apresentação feita no lançamento da pesquisa.
Clique aqui e assista um vídeo que conta os 10 anos do programa.
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