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BISC 10 anos | A importância da Pesquisa BISC para o investimento social corporativo

*por Patricia Loyola, diretora de Gestão e Comunicação da Comunitas

Foco, critérios, escala, diálogo, participação, inovação, parcerias, profissionalização e resultados: essas foram as palavras que direcionaram as áreas de sustentabilidade corporativa do grupo BISC nos últimos 10 anos. E é com muito orgulho que a Comunitas reúne, em uma só publicação, uma retrospectiva do Investimento Social Corporativo brasileiro.

O Benchmarking do Investimento Social Corporativo foi criado em 2008, inspirado no trabalho do CECP, instituição com a qual a Comunitas tem mantido um intercâmbio permanente de ricas experiências. Desde então, a pesquisa foi assumindo novos contornos, buscando, cada vez mais, operar como uma ferramenta de apoio à gestão dos investimentos sociais corporativos. A cada ano, novos temas foram incorporados, trazendo subsídios importantes para a reflexão e a definição de rumos por parte das empresas.

A comemoração de 10 anos do BISC é um grande marco pois permite acompanhar a grande evolução que o investimento social corporativo teve no país. A pesquisa foi sendo sucessivamente aprimorada e ampliada de forma a se transformar em uma ferramenta de apoio à gestão e ao aprimoramento da atuação social das empresas.

Com um universo pesquisado que abrangeu grupo selecionado de 268 empresas e 18 institutos e fundações empresariais, a pesquisa dimensiona todos os recursos, financeiros e em bens e serviços, aplicados pelas empresas em projetos e atividades de interesse social.

Para explorar as mudanças ocorridas no período, a pesquisa analisou, em 2017, os principais resultados captados nas diversas edições anteriores e buscou identificar: as diferenças no perfil da atuação do grupo; os caminhos percorridos; as dificuldades ainda presentes; e as sugestões para aprimoramentos futuros. Assim, a proposta dessa edição foi olhar para trás para ajudar a pensar o futuro e extrair desse esforço lições para acelerar as mudanças necessárias.

Os resultados mostram que há muito o que comemorar. Em que pesem as oscilações na conjuntura econômica e a recessão dos últimos anos, as empresas mantiveram os seus investimentos em um patamar elevado: R$ 2,4 bilhões. Esses valores representam um crescimento de 35% em relação ao primeiro ano que a pesquisa foi realizada, ademais de a trajetória de crescimento evidenciar a consolidação da atuação do setor corporativo no campo social.

Isso porque o objetivo do BISC não é apenas produzir dados estatísticos, mas, também, inserir novos temas no debate, orientar o desenho de boas práticas sociais e consolidar padrões de desempenho que estimulem a multiplicação dessas práticas.

Ao responder o questionário BISC os gestores são estimulados a refletir sobre a sua atuação social, identificar estratégias alternativas de trabalho, mapear desafios e identificar sugestões para futuros aprimoramentos. Os resultados da pesquisa são muito úteis para a empresa identificar os padrões de comportamento dos seus pares; tomar decisões sobre o seu orçamento social; acompanhar e avaliar a evolução dos seus investimentos sociais ao longo do tempo; e contribuir para a produção e divulgação de conhecimento sobre o tema.

Dentre as principais realizações da pesquisa está a criação dos Grupos de Debates que reúnem empresas que são hoje referência no campo social e que se dedicam a promover o intercâmbio de experiências e a reflexão conjunta sobre temas relevantes para a condução dos investimentos sociais. Desde o início, já foram realizados 7 encontros, que reúnem diversos parceiros que se dedicam a aprofundar o conhecimento sobre temas de interesse coletivo e cujos resultados são destacados nos relatórios anuais.

Último encontro do Grupo de Debates, que aconteceu em 2017. A proposta era discutir como as iniciativas de responsabilidade social das empresas são identificadas na comunidade onde atuam.

Além disso, acreditando nessa parceria que em 2012 surgiu o programa Juntos pelo Desenvolvimento Sustentável, que, também liderado pela Comunitas, visa a geração de impacto sistêmico a partir da qualificação dos investimentos sociais corporativos e da atuação em parcerias com a gestão pública municipal.

Grandes líderes empresariais brasileiros, parceiros técnicos e equipe da Comunitas que trabalham em prol da gestão pública brasileira.

Outros dados reforçam a importância dos investimentos sociais dos participantes do BISC. Os recursos investidos são majoritariamente privados. Nos dois últimos anos, por exemplo, os incentivos fiscais representaram apenas 19% do total investido pelo grupo. E o padrão de investimentos das empresas que participam da pesquisa é compatível com o padrão internacional captado na pesquisa do CECP, se considerada a participação dos investimentos sociais no lucro bruto das empresas.

 

Postado originalmente em inglês no CECP.

 

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