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Bruna Santos: “Um grande gargalo para o país é a promoção de uma política de incentivo à disrupção”

Último encontro ao vivo da trilha de Clima e Economia Verde destaca os desafios da intersecção entre inovação e sustentabilidade

Crédito da Imagem: Wilson Center

Mais de 40 alunos marcaram presença no último encontro ao vivo da formação Clima e Economia Verde, que foi realizado na sexta (04). A aula, ministrada pela professora e diretora do Brazil Institute no Wilson Center, Bruna Santos, marcou o encerramento do 5º módulo do curso e teve como foco o tema de “Inovação para a sustentabilidade e abundância”. 

Durante o encontro, que teve o formato de uma sessão de perguntas e respostas, foram explorados temas cruciais que abrangem a intersecção entre inovação, economia verde e desafios ambientais. A aula ressaltou a complexidade e a importância de alinhar inovação e sustentabilidade, abordando desafios e oportunidades em diferentes setores e contextos, visando promover a transformação necessária para enfrentar os desafios climáticos e impulsionar a economia verde. 

Os desafios para a inovação

Os desafios tecnológicos relacionados à transição para uma economia de baixo carbono  foram ressaltados, incluindo a necessidade de políticas de incentivo à disrupção e o reconhecimento de que a inovação abrange tanto o mundo dos bytes quanto o dos átomos. “O Brasil inova e inova muito. Porém, um grande gargalo para o país é a promoção de uma política de incentivo à disrupção”,  

A gestão pública no Brasil também foi abordada, destacando a complexidade da implementação tecnológica devido à legislação e ao que Bruna chamou de “hesitocracia” (uma insegurança em promover avanços por barreiras que não necessariamente existem na lei). 

Outro ponto também abordado foi como a inovação no setor energético pode contribuir para combater as mudanças climáticas, salientando a grande vantagem competitiva do Brasil nessa área, com destaque para biocombustíveis, hidrogênio de baixo carbono e eletrificação de veículos. Entretanto, de acordo com a professora, é necessário identificar formas de contornar os desafios para a produção de baterias para veículos elétricos, que demandam exploração de minérios, em especial o lítio, o que pode causar impacto ambiental. 

Para finalizar, também foi analisada a inovação no contexto agrícola, abordando a relação entre as grandes empresas do agro e a agenda ambiental, enfatizando os desafios de adesão às práticas sustentáveis, rastreabilidade e informalidade dos pequenos produtores. A possibilidade da agricultura 5.0 (a mais recente evolução no setor, usando coleta em tempo real, inteligência artificial e análise de dados para gestão sustentável e dinâmica das fazendas) trazer inovação ao setor agrícola brasileiro também foi discutida, com ênfase na possibilidade dessas inovações chegarem aos pequenos produtores, e no avanço tecnológico como uma ferramenta crucial para a produção mais eficiente e ecológico.

Trilha de Clima e Economia Verde

Realizada a partir de uma parceria entre a Comunitas e o Columbia Global Centers (braço homônimo da Universidade no Brasil), a formação Clima e Economia Verde teve o objetivo de unir a excelência acadêmica da Columbia com a experiência prática da Comunitas, levando conhecimento de qualidade para as lideranças públicas. 

O curso foi realizado ao longo de 5 semanas, entre julho e agosto, e abrangeu temas fundamentais, como os desafios climáticos, descarbonização energética, saneamento e manejo de resíduos sólidos, inovação para sustentabilidade e biodiversidade e políticas públicas. 

Ao todo, foram selecionados 50 líderes públicos, entre secretários e outras lideranças públicas, de 20 secretarias de meio ambiente de todas as regiões do Brasil, para participar da formação, que foi ministrada por professores cedidos pela Universidade de Columbia para o projeto. 

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