O Brasil ainda possui índices desafiadores no quesito educação pública. Por exemplo: são cerca de 38 milhões de analfabetos funcionais no país, segundo o Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2018. Isso significa que três em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos são incapazes de compreender textos e contas matemáticas simples.
Mas, para mudar os dados educacionais alarmantes, é necessária a união de toda a sociedade. Inclusive da iniciativa privada, que já tem se movimentado nesse caminho.
Segundo o último Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC) – relatório liderado pela Comunitas que define parâmetros e comparações sobre o perfil do investimento social corporativo no Brasil, empresas e institutos/fundações empresariais investiram R$ 920 milhões em projetos sociais educacionais em 2017.
Os dados revelam, mais uma vez, que o perfil da atuação das empresas é bem distinto dos seus institutos ou fundações: enquanto 42% das empresas assinalam o ensino fundamental e a educação ambiental como prioridade, nos institutos é bem mais elevado o percentual dos que apontam, entre suas prioridades, a educação formal – ensino fundamental e médio: 56% e 44%, respectivamente.
Usando o conhecimento técnico na área, as empresas estimulam e investem em inovação e na busca pela qualidade de competências, recebendo de volta profissionais mais qualificados para atender a demandas da sua empresa, atendendo às suas necessidades específicas.
Essa forma de investimento alinha seu posicionamento de responsabilidade social às estratégias comerciais, aproximando-se de termas sociais críticos para seu negócio. Também gera valor para a própria empresa, além da sociedade, tornando o setor privado um importante sujeito de impacto social.
Bons exemplos
Mas o investimento na educação também é voltado para o ensino infantil. Liderado pela Comunitas, o Programa Juntos usa o investimento social privado para estimular iniciativas de inovação na educação, por exemplo.
Na cidade de Paraty, por meio de parceria com a administração local, o programa – que foi criado como um modelo inovador para aprimorar e qualificar os investimentos corporativos, optando por atuar em parceria com a gestão pública – auxiliou na implementação de diversas ações para a melhoria educacional, entre eles um para a utilização de “games” em sala de aula e outro para formação socioemocional.
O Conecturma reúne vários elementos digitais e não digitais, combinados para aumentar a motivação, o interesse e a concentração de crianças de 3 a 11 anos de idade. O método pode aumentar em até 30% a aprendizagem infantil. O projeto atendeu 420 crianças no município de Paraty, em 2018.
Outra ação promoveu o ensino de habilidades socioemocionais que fortalecem a capacidade dos alunos para aprender, ter empatia, lidar com as emoções e resolver problemas – tudo isso alinhado ao desenvolvimento acadêmico. Durante o trabalho, foram realizadas capacitações para 52 professores, 17 coordenadores e 15 diretores, para relacionarem as questões emocionais em um processo de formação integral.
“Além de um direito humano, a educação é fundamental para atravessarmos qualquer desafio existente no país e buscarmos o caminho do desenvolvimento econômico, social, cultural e político. Por esse motivo, promover um ensino público de qualidade, com inovação e sustentabilidade, é um dos pilares mais importantes da nossa organização”, explica Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas.
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