Esse conteúdo é o quarto de cinco postagens que abordarão formas de tornar as contas públicas governamentais mais saudáveis.
Nas postagens anteriores foi reverberada a ideia de que para um governo superar os desafios de equilibrar as contas, é fundamental um bom plano de ação, com objetivos e metas eficientes, e o envolvimento constante das pessoas para o desenvolvimento de uma rotina de acompanhamento das receitas e despesas.
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Mas existe outro ponto essencial para chegar à um orçamento público equilibrado: a tecnologia. É a partir dela que são construídas as bases de dados para construção e restruturação de processos, histórico e avaliação de resultado.
A tecnologia pode ser utilizada para otimizar processos governamentais em diversas situações, como: sistemas para georreferenciamento e base cartográfica digital para revisão do cadastro físico do município, controle digital de horas extras para identificar de tentativas de fraudes, e o engajamento dos servidores com a comunicação e publicação de informações no portal eletrônico.
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Como cada governo possui uma infraestrutura de tecnologia distinta, este ponto ganha ainda mais relevância. Em administrações públicas com empresas ou departamentos de tecnologia gerindo a infraestrutura, existem condições de desenvolver ou adquirir softwares para o acompanhamento das ações para equilíbrio fiscal. Para governos com infraestruturas simples, planilhas bem estruturadas podem realizar os acompanhamentos com eficiência e qualidade.
Em Itirapina (SP), por exemplo, com apoio do Programa Juntos – iniciativa liderada pela Comunitas com foco na melhoria da gestão pública, foram desenvolvidas planilhas eletrônicas com fórmulas e cálculos automatizados. Isso permitiu que o município elevasse a eficiência do acompanhamento de despesas e receitas.
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Em ambos os casos, seja com software ou planilha, as ferramentas precisam ser intuitivas e funcionais, independentemente da complexidade ou não. Caso isso não seja feito, as dificuldades na utilização, inseguranças e até resistência às ferramentas poderão ocorrer, comprometendo a implementação e o sucesso do trabalho.
Por falar na equipe, treinamentos e suporte técnico são fundamentais para uma mudança de cultura e eventuais inseguranças que possam surgir com uma nova ferramenta tecnológica. É imprescindível que os responsáveis tenham conhecimento de todas as funcionalidades, pois o efetivo acompanhamento de eventuais desvios pode ser impactado de forma negativa.
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“O uso da tecnologia permite o poder público aumentar o controle sobre a prestação do serviço público. É possível saber, por exemplo, quais e quantos medicamentos estão sendo distribuídos pela rede de saúde, assim como é possível identificar o desempenho dos alunos na rede de educação. Isto, no fim do dia, significa diminuição dos desperdícios dos recursos públicos e consequentemente maior capacidade de investimento em áreas que necessitam de atenção”, explica Leandro Telles*, especialista em Tecnologia da Informação e Comunicação.
*Leandro foi um dos especialistas parceiros que colaboraram com o conteúdo da cartilha “O Uso da Tecnologia na Gestão Pública”, produzida pela Comunitas.
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