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Comunitas debate a Agenda ESG e ODS no investimento social corporativo com integrantes da Rede BISC

No encontro, também foram apresentados dados preliminares da edição 2022 do BISC

Na tarde de ontem (30), a Comunitas realizou o segundo Grupo de Debates do ano com os executivos sociais das empresas, institutos e fundações que compõem a Rede BISC, como Instituto Votorantim, Instituto Coca-Cola, Fundação Telefônica-Vivo, Fundação Cargill, Gerdau, Neoenergia, UnitedHealth Group, Santander, Serasa Experian e Vale.

A imagem é um print de uma reunião virtual em que participam várias pessoas

Credito da imagem: acervo Comunitas

O encontro reuniu 28 pessoas para debater as “Relações entre ESG, Investimento Social Corporativo e Agenda 2030”. Além dos executivos sociais, estavam presentes interlocutores da academia e membros do conselho consultivo da pesquisa, como os professores Rosa Maria Fischer (FEA/USP), Mário Aquino (EAESP/FGV) e Patrícia Mendonça (EACH/USP, além de Janine Mello, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

O encontro foi dividido em dois momentos, sendo o primeiro deles para apresentar e debater os dados preliminares da edição 2022 do Benchmarking do Investimento Social Corporativo (BISC). Os achados da pesquisa e os dados foram compartilhados de forma exclusiva com os parceiros nesta ocasião, e serão disseminados de forma aberta até o fim do ano. Já no segundo, houve a discussão acerca da temática proposta, com a contribuição de Gabriela Rozman, da Rede Brasil do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Surgido em 2015, a premissa do Grupo de Debates é reunir os integrantes do BISC para fortalecer a Rede com espaços de aprendizado entre pares, além de aprimorar a pesquisa enquanto ferramenta. Os encontros já fazem parte do calendário da Comunitas e têm frequência de duas a três vezes por ano. 

Relações entre ESG, Investimento Social Corporativo e Agenda 2030

Gabriela Rozman explicou como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda mundial visando a preservação dos recursos naturais e melhoria da qualidade de vida de todos até 2030, norteiam a Agenda ESG (Governança Ambiental e Social) do universo corporativo. Ela ressaltou como essa integração entre ODS e ESG tem criado um ambiente favorável para o investimento social privado (ISP).

Cerca de 94% dos ODS dizem respeito às questões de direitos humanos. Portanto, não é de se admirar que seja um enorme desafio para as empresas internalizar as questões sociais no core (centro) das suas estratégias de negócios. “Essas duas siglas têm provocado um envolvimento muito grande da companhia, não só da área de sustentabilidade, mas de membros do conselho, presidência, área de marketing, da empresa como um todo, nessas questões. E isso abre um caminho, um diálogo maior para o ISP”, explicou ela, emendando em seguida, “há cerca de 10 ou 15 anos, a gente consegue notar uma aproximação e um diálogo entre os movimentos de responsabilidade social e as empresas” .

 Agenda ESG como estratégia transversal à organização

O país está passando por um momento delicado, tanto do ponto de vista econômico, quanto social e ambiental, e essa aproximação entre sociedade civil, empresas e governos só vai beneficiar o desenvolvimento sustentável. O olhar para a Agenda ESG muitas vezes é tido como uma variação de riscos muito grande, mas os investidores precisam mudar esse entendimento. A Agenda é menos sobre riscos e mais sobre uma oportunidade de atuação conjunta entre os setores para a geração de valor em uma sociedade que se quer construir. 

A professora Rosa Maria Fischer (FEA/USP) aproveitou o encontro para compartilhar pontos de atenção sobre o movimento ESG, como, por exemplo, o fato de algumas empresas terem o olhar para a Agenda como “um simples avanço em suas estratégias de sustentabilidade”, explica ela, emendando que a internalização da sigla deve ser transversal a todos os departamentos de uma organização. 

“Na verdade, a Agenda ESG deve ser uma filosofia de gestão mais abrangente, envolvendo a organização como um todo. Quando se tem uma decisão estratégica da organização de se trabalhar as questões de gênero e etnia [abordando o S da sigla], é necessário trabalhar a organização como um todo, e não simplesmente para atingir uma determinada meta da área de sustentabilidade”.

A professora também aproveitou a oportunidade para citar o professor Antônio Carlos Gomes da Costa, falecido em 2011, que foi um dos maiores educadores do Brasil do campo do desenvolvimento social e da ação educativa. “O trabalho de responsabilidade corporativa não pode ser uma prótese, algo que pode ser retirado do corpo no momento em que fica desconfortável. A responsabilidade corporativa precisa ser algo intrínseco ao DNA da empresa”.

Patricia Loyola, diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas, fez coro à professora Rosa e explicou que é necessário ter um olhar para o impacto que a Agenda ESG traz para todos os setores de uma empresa.  “No BISC, a gente tem como objetivo, o nosso escopo, é a comunidade. É entender tudo o que está sendo feito na atuação social externamente. Mas o ESG traz muito esse debate do que pode ser internalizado, da porta [da empresa] para dentro”. 

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