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A importância de abordagens sistêmicas e integradas para o saneamento sustentável

Em aula de encerramento de seu módulo da trilha de Clima e Economia Verde, Marília Melo proporciona uma visão ampla dos desafios relacionados às quatro componentes do saneamento

Crédito da Imagem: LinkedIn

Na última sexta (21), a Comunitas promoveu mais um encontro ao vivo no âmbito da formação Clima e Economia Verde, um projeto realizado a partir de uma parceria entre a organização e o Climate Hub | Rio de Janeiro. O evento, que contou com a participação de mais de 30 alunos, encerrou o terceiro módulo do curso, cujo tema é “Saneamento com Foco em Gestão de Resíduos e Manejo de Água”, e foi ministrado pela professora e secretária de Meio Ambiente de Minas Gerais, Marília Melo. 

O encontro teve duração de mais de 1 hora e proporcionou uma visão ampla dos desafios e soluções relacionados ao saneamento. A aula abordou temas importantes das quatro componentes do saneamento básico (saneamento, esgoto e tratamento, resíduos sólidos e drenagem urbana), ressaltando a necessidade de uma abordagem sistêmica e integrada para garantir a sustentabilidade ambiental, a qualidade de vida da população e a resiliência frente às mudanças climáticas. Além disso, foram realizadas discussões sobre três estudos de caso envolvendo cada um desses elementos.

As mudanças climáticas e os desafios das quatro componentes do saneamento 

Ao longo de todo o encontro, salientou-se a importância da relação entre o saneamento e as mudanças climáticas, que têm impactos significativos na gestão de águas, esgoto, drenagem e resíduos sólidos. As chuvas intensas e eventos críticos hidrológicos têm se tornado mais frequentes e severos, causando problemas de enchentes urbanas, deslizamentos de terra e contaminação de corpos d’água. Assim, as soluções de saneamento devem considerar esses impactos climáticos para serem mais resilientes e eficientes.

Outro ponto também abordado refere-se aos desafios do tratamento de esgoto. Muitas regiões ainda apresentam um déficit significativo nessa infraestrutura e o tratamento adequado do esgoto é essencial para evitar a contaminação dos corpos d’água, preservar o meio ambiente e proteger a saúde pública. Além disso, destacou Marília, é fundamental reduzir o consumo de água por meio da sua reutilização “a questão do reúso é um tema de extrema importância para a racionalização do uso de água e redução de impacto nos corpos hídricos”.

Para Marília, a drenagem é uma das questões mais desafiadoras no contexto do saneamento. Isso porque, para todas as demais componentes, o caminho a se seguir já está bem desenhado, o que não ocorre no caso da drenagem – uma questão muito particular a cada estado ou município. Em muitas cidades, as chuvas intensas causam problemas de inundação das áreas urbanas e a gestão da drenagem deve levar em conta a densidade urbana, o plano de uso e ocupação do solo, além da necessidade de se adotar soluções baseadas na natureza. A busca por técnicas alternativas e soluções sustentáveis é essencial para enfrentar os eventos climáticos extremos e mitigar os efeitos das enchentes urbanas.

A gestão de resíduos sólidos é um dos grandes desafios no saneamento, sendo que muitas regiões ainda enfrentam o problema dos lixões a céu aberto, acarretando riscos ambientais e à saúde pública. A busca por soluções adequadas inclui a disposição correta dos resíduos em aterros sanitários, mas, também, a adoção de alternativas mais sustentáveis.

Nesse contexto, a implementação de consórcios intermunicipais surge como uma estratégia eficiente para enfrentar os desafios não só da destinação final dos resíduos, como, também, da gestão dos recursos hídricos compartilhados. Por meio da ferramenta, é possível otimizar recursos, alcançar economia de escala e compartilhar soluções para problemas comuns, contribuindo para uma gestão mais eficiente e sustentável.

Por fim, a aula também abordou tendências internacionais em modelos de gestão de saneamento, mencionando a presença de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões em países como EUA, Canadá e França. No entanto, destacou-se que o sucesso desses modelos depende de uma regulação independente e forte, que garanta investimentos para a universalização dos serviços, a equidade tarifária e a qualidade da prestação de serviços. Além disso, a análise de indicadores operacionais é fundamental para medir a eficiência e a eficácia dos serviços de saneamento.

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