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A tecnologia como aliada à fiscalização do cidadão

Com o Colab é possível enviar demandas diretamente à prefeitura, de forma simples e rápida; aplicativo, no entanto, ainda é pouco conhecido

Aproximar o Poder Público da população e possibilitar que o cidadão seja um agente fiscalizador no cuidado com a cidade. Estas são as principais funções do aplicativo Colab, que desde abril de 2015 foi implantado pelo Poder Público como mais um canal para atender às demandas dos pelotenses, que podem relatar seus problemas a qualquer hora e de qualquer lugar, utilizando seus telefones celulares.

Dos cerca de 450 atendimentos realizados por mês na Ouvidoria da prefeitura de Pelotas, 160 são demandas que entram via aplicativo, o que equivale a 35% dos pedidos, informa a diretora Patrícia Bitencurt. Problemas com iluminação pública, por exemplo, chegam a ser resolvidos no mesmo dia, mas solicitações mais complexas, como poda de árvores, tapa-buraco e limpeza urbana demoram de dez a 20 dias para serem solucionadas, pois mobilizam mais pessoal. “O Colab é uma rede social para auxiliar na gestão pública”, explica Patrícia, que ainda acrescenta que a interação e o estreitamento da relação ajudam a prefeitura a entender as dificuldades e necessidades do dia a dia.

Pelotas lidera o ranking de resolubilidade de demandas entre os mais de cem municípios brasileiros que utilizam o aplicativo e é a cidade com maior índice de participação no Colab, proporcionalmente ao número de habitantes. Mas o percentual de usuários ainda é baixo. Dos 342,87 mil moradores de Pelotas, apenas 5,52 mil usam o Colab, segundo informações do próprio aplicativo. Isso equivale a 1,6% da população. E de acordo com uma pesquisa realizada em dezembro de 2016 pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) o Colab é mais conhecido por quem mora no centro da cidade, o que se reflete também no número de pedidos. Dos 2.948 lançados no aplicativo desde 2015, 780 são só no Centro Histórico de Pelotas.

Em comparativo, áreas historicamente menos assistidas e com maiores índices de pobreza, como Getúlio Vargas, Pestano, Vila dos Municipários e Dunas, quase não têm pedidos no aplicativo, mostrando que o Colab é mais útil entre aqueles com maior poder aquisitivo, acesso à internet e que mais visualizam o trabalho da prefeitura no cotidiano.

Funcionamento

O retorno rápido é uma das vantagens para Osvaldo Faria, engenheiro químico. Ele acompanha o aplicativo diariamente e já fez seis denúncias, entre problemas em serviços e estrutura. Um deles foi o pedido de troca das lixeiras do Mercado Central, que demorou 15 dias para ser atendido. Faria gostaria que o serviço fosse mais conhecido entre os pelotenses. “O Colab é muito útil”, afirma ele, que tem apenas uma crítica: a necessidade de fotos para registar as demandas. Ele argumenta que muitas vezes passa dirigindo e vê problemas que poderia denunciar, mas que não consegue pedir soluções por causa desse requisito.

O Diário Popular testou o aplicativo durante a última semana, usando o Colab para denunciar um pequeno vazamento em frente à Escola Louis Braille, na rua Andrade Neves. Segundo moradores, desde o último dia dia 27 a água escorria pela via. No dia 30, o Jornal informou o problema pelo aplicativo, e no dia 1º recebeu da prefeitura o protocolo do pedido, a fim de acompanhar os reparos. Quinta-feira, a equipe de reportagem voltou ao local e o Sanep estava trabalhando no reparo, conforme informado pela Ouvidoria.

Problemas em serviços e estrutura

Os registros mais comuns têm relação direta com problemas históricos da cidade. Levando em conta os dados do IBGE de 2010, por exemplo, em Pelotas 2,18% da população não possuía iluminação e 35,53% não viviam em áreas pavimentadas. Esses números certamente mudaram, mas ainda apontam que existem muitas localidades desassistidas.

– Na zona urbana, 83,9% das residências possuíam ligação com sistema de esgoto – rede geral ou fossa séptica. Na região central esse valor chegava a 96,55%. Por outro lado, na zona rural apenas 30,32% tinham ligação de esgoto. A grande maioria das casas fazia uso de fossas rudimentares, valas e até mesmo despejava os dejetos em arroios e rios.

– Na zona rural, 27,03% dos domicílios não destinavam corretamente o lixo – queimavam, enterravam, jogavam em terrenos baldios ou rios. Porém, em locais como o Rincão da Cruz, esse percentual chegava a 48,96%. Na zona urbana esse número é bem menor, só 0,57% das residências não destina corretamente o lixo que produzem.

Outros canais

Para relatar problemas à Ouvidoria podem ser feitas ligações gratuitas pelo telefone 156, através do e-mail fala@pelotas.com.br, em audiências públicas nos bairros, pelo site da prefeitura – www.pelotas.rs.gov.br – e no perfil do Facebook Pelotas Conectada. A Ouvidoria também recebe pedidos presenciais junto ao Paço Municipal, na praça Coronel Pedro Osório, 101, com horário de atendimento das 8h às 18h30min, sem fechar ao meio-dia.

Publicado originalmente em Diário Popular.

 

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