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Comunitas divulga versão completa da Pesquisa BISC 2021

A publicação traz dados completos do estudo realizado anualmente pela organização, além de apresentar análises de especialistas

A Comunitas divulgou nesta sexta (11) a edição completa do BISC 2021 (Benchmarking do Investimento Social Corporativo). A publicação foca, em especial, nos desdobramentos dos investimentos sociais corporativos que resultaram do enfrentamento à COVID-19, na ampliação das parcerias entre os setores, principalmente com organizações sociais e governos municipais e estaduais, e no avanço da agenda ESG que reforça o alinhamento do investimento social corporativo aos negócios. Outro destaque na edição deste ano da pesquisa é a abordagem, com um olhar introdutório, dos investimentos realizados na região da Amazônia Legal.

A resposta brasileira à pandemia fez com que o setor empresarial destinasse o montante inédito de R$ 5 bilhões no período analisado pelo estudo – praticamente o dobro dos recursos destinados ao investimento social identificados no ciclo de 2020, e foi um destaque em toda a série histórica do BISC. Deste volume, 47% foi alocado exclusivamente em ações de enfrentamento à COVID-19. No comparativo com o benchmarking internacional, as empresas brasileiras destinaram 0,91% do seu lucro bruto para os investimentos sociais, retomando a paridade com o padrão norte-americano, que destinou 1% do lucro bruto para o mesmo fim em 2020.

A continuidade da pandemia em 2021 exigiu que certos projetos, pensados exclusivamente para o contexto de exceção, ainda fossem mantidos. Além disso, houve a necessidade de ressignificar iniciativas anteriores para que fosse possível enfrentar os desafios atuais. Em um ano difícil para todos os setores, a resposta contundente das empresas forçou uma mudança no perfil de atuação do investimento social corporativo, bem como um redirecionamento de recursos e beneficiários.

“Grupos da população que passaram a se destacar como beneficiários, novas áreas de atuação prioritárias, ampliação dos repasses às organizações da sociedade civil e crescimento do alinhamento às políticas públicas. As dificuldades impostas pela crise sanitária tiraram todos da zona de conforto e moveram a sociedade em torno de um pacto coletivo pela solução. Vimos o aprofundamento da colaboração em todos os sentidos, entre as empresas de setores similares ou diferentes, com as organizações sociais e, sobretudo, com os governos”, explica Patricia Loyola, diretora de Gestão e Investimento Social da Comunitas.

O objetivo da pesquisa é contribuir para o desenvolvimento, o aperfeiçoamento da gestão e a parametrização dos investimentos sociais corporativos no Brasil traçando um benchmarking nacional e internacional. Neste ano, os dados compilados tiveram a participação de 324 empresas e 17 institutos. 

Organizações sociais
A importância das organizações sociais junto às populações mais vulneráveis ficou evidente neste ciclo de análise do BISC. O setor ganhou espaço junto à agenda social corporativa devido à expertise e know-how no combate ao aprofundamento das desigualdades sociais. Esse fato também se manifesta em números: mais de 2000 organizações sem fins lucrativos foram envolvidas pelas empresas e por institutos/fundações na realização de seus investimentos sociais. No ciclo 2020 da pesquisa, esse número era três vezes menor – o que mostra a crescente confiabilidade do setor empresarial em tais organizações. 

Há, também, reflexo desse fortalecimento e dessa vontade de atuação colaborativa com o terceiro setor nas prioridades para influenciar políticas públicas nos próximos dois anos (2022 e 2023) apontadas pela Rede BISC. Dentre as estratégias, destaca-se a participação indireta por meio do apoio e fortalecimento de organizações sociais ou das comunidades para que elas influenciem as políticas públicas (56% da Rede BISC priorizam grandemente essa estratégia).

Amazônia Legal
A Comunitas foi convidada pelo movimento Uma Concertação pela Amazônia (UCPA) para traçar, por meio do 14º ciclo da pesquisa BISC, um cenário introdutório sobre os investimentos sociais corporativos alocados na Amazônia Legal brasileira por parte da Rede BISC. Deve-se destacar que, dentre os respondentes da pesquisa BISC, ainda que 69% das empresas possuam algum tipo de atividade econômica na região da Amazônia Legal, destes, apenas 62% possuem investimentos socioambientais. Dentre aqueles que não realizam investimentos (31%), 75% indicam que não o fazem dada a ausência de atividades econômicas na região. 

Avanços na Agenda ESG
Com relação aos fatores ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, com tradução para Governança Ambiental e Social Corporativa), No Brasil, o movimento caminha a passos largos, com 73% da Rede BISC indicando já ter incorporado os princípios e padrões ESG em suas estratégias de atuação. Ainda assim, vale ressaltar que as empresas, não só os parceiros do BISC, têm implementado, ao seu tempo, os padrões ESG – por isso não surpreende que, em 2021, 27% das empresas e institutos/fundações, ainda estejam em processo de incorporação da agenda em nível estratégico. Para além, pode-se afirmar que o fatores ESG, mesmo em diferentes estágios, são unanimidade na Rede BISC. No mundo, essa tendência também é vista: 75% das empresas relataram que pretendem adotar os ESG até 2025, incorporando os fatores em seus objetivos de negócios, estratégias, relatórios e tarefas diárias, de forma transversal às áreas das organizações, de acordo com pesquisa divulgada recentemente pela CECP (Chief Executive for Corporate Purpose).

Para baixar o BISC 2021, acesse 

BISC 2021

 

 

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