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Segunda oficina do Programa de Transformação foca em tendências para o futuro em gestão de pessoas

Para inspirar as turmas participantes do Programa de Transformação em Gestão de Pessoas, a Comunitas convidou três especialistas para discutir tendências do tema vistas no Brasil e no mundo

As tendências na temática da gestão de pessoas foram o mote da segunda imersão com os times dos seis municípios selecionados para participar do Programa de Transformação em Gestão de Pessoas, desenvolvido em parceria com a Fundação Lemann. 

E foi esse tema que orientou a escolha dos especialistas na Rede de Mentores da Comunitas.

Fernanda Finotti, secretária da fazenda de Juiz de Fora (MG), palestrou acerca do ponto de vista municipal, enquanto Iracema Castelo Branco, subsecretária da pasta de gestão de pessoas do Rio Grande do Sul, deu sua visão mais macro, partindo da sua experiência no governo estadual. Já o professor da Fundação Dom Cabral, Humberto Falcão, explicou algumas tendências que estão sendo aplicadas internacionalmente.

Os especialistas iniciaram sua fala explicando algumas iniciativas que ajudaram a implementar. Em Juiz de Fora, Fernanda Finotti relatou a experiência de ter participado da modernização do município, o que permitiu um maior controle da produtividade do servidor e viabilizou o teletrabalho. O resultado foi uma enorme economia do ambiente de trabalho e, consequentemente, aos cofres públicos. Além disso, proporcionou maior eficiência da máquina pública. Segundo ela, os processos correm mais rápido e passam por menos mãos.

Perguntada sobre uma tendência para o futuro, Fernanda salientou que a carreira pública precisa ser mais flexível. “Como podemos exigir inovação de um profissional enrijecido?”, perguntou. Segundo ela, é necessário modificar a legislação do servidor, para que essa flexibilidade na carreira seja atingida – o que vai ser um embate político e jurídico.

“Também é fundamental que revisemos a questão salarial. Temos que remunerar o servidor adequadamente, de acordo com suas competências e responsabilidades profissionais, e precisamos melhorar o salário de entrada desse profissional, reduzindo a exponencialidade do salário de saída. A gente perde os bons profissionais muito rapidamente para o mercado e eu acredito que uma economia forte está diretamente ligada a um serviço público igualmente forte”, finalizou. 

Já Iracema Castelo Branco contou acerca da sua experiência no Rio Grande do Sul, que tem servido de inspiração para outras gestões do Brasil. Em 2019, a gestão do governador Eduardo Leite implementou a Escola de Governo e fez um diagnóstico da área de gestão de pessoas, o que permitiu diversas mudanças de estratégias a partir daí. Atualmente, o estado tem trabalhado a valorização do servidor e a mudança da cultura organizacional do serviço público, trazendo conceitos do que deve ser enfrentado e do que deve ser mantido.

Em sua visão de futuro, Iracema defende que a gestão de pessoas seja mais percebida como uma área estratégica por que está diretamente ligada à estratégia de governo. Além disso, ela também defende a flexibilidade na carreira do servidor, fazendo coro à fala de Fernanda, e a progressão de nível por avaliação de desempenho e competências. “Da forma que as carreiras estão estruturadas hoje, elas não dão conta por que elas não atendem mais às necessidades profissionais das pessoas. As progressões de nível precisam, também, ser recompensadas de acordo com o nível de responsabilidade e complexidade da atividade desempenhada. Temos que valorizar o servidor que se prepara mais para desempenhar uma atividade mais difícil”. 

O professor Humberto Falcão trouxe sua análise em cima das experiências realizadas em países como Estados Unidos, Reino Unido e Chile, e que foram de encontro às falas tanto de Fernanda quanto de Iracema. Porém, ele explicou o quão importante é focar na capacitação das lideranças. “Se governos não têm líderes à altura, esses governos não vão ter resultados. Um líder mal posicionado traz um prejuízo enorme à sociedade, equiparado à corrupção”, defendeu ele.

Outro ponto de vista defendido pelo professor é a mudança na forma em que se contrata os servidores, além de defender salários compatíveis com o mercado. “Os concursos públicos, embora sejam uma ferramenta importante, já estão defasados. Hoje, além de avaliarmos o conhecimento, também é importante avaliarmos a vocação da pessoa para o serviço público. Um servidor que não tem vocação para a área pública vai perder o encanto pelo trabalho e será um profissional desmotivado por toda sua trajetória. Então esse servidor logo vai sair do serviço público para atuar no mercado, que oferece remuneração mais vantajosa”. 

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